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Família denuncia descaso e erro médico em Orleans pela morte de um bebê de três meses

Em uma manifestação nesta quinta-feira, com faixas e cartazes familiares e populares pediam justiça e médicos mais capacitados.

A família de um bebê com apenas três meses de vida, morta por uma infecção intestinal bacteriana, denuncia o descaso no atendimento e um possível erro médico. Maria Gabrieli Pacheco, de Orleans, não resistiu à infecção que durou uma semana e morreu horas depois de dar entrada no Hospital Nossa Senhora da Conceição em Tubarão, na última terça-feira (21). Nesta quinta-feira (23) um protesto aconteceu em frente à Fundação Hospitalar Santa Otília (FHSO), em Orleans, exigindo o afastamento da médica responsável pelo diagnóstico da criança, dado nos primeiros dias da doença.

De acordo com Andreza Pacheco, tia do bebê, o diagnóstico errado e o atraso no encaminhamento de Maria Gabrieli para o Hospital de Tubarão, fez com que a doença se agravasse. “Eu estava ajudando minha cunhada desde o início. Trouxemos a criança para um primeiro atendimento. Ela estava amarelinha e com diarreia. Fomos atendidas por um médico que rapidamente colocou a menina no soro e a deixou em observação. Depois foi liberada”, conta.

No segundo dia, a mãe Tatiane de Souza, procurou novamente a FHSO para um novo diagnóstico. “Ela continuava doente. Pele amarela e o corpo sempre geladinho. Dessa vez foi uma médica que analisou minha filha. Ela mais do que depressa, disse que era apenas uma diarreia. E que isso era comum nessa época do ano com crianças”, desabafa a mãe.

Passado o final de semana, já desesperada e com uma terceira tentativa na busca de salvar a criança, Tatiane relembra que foi avisada pela médica para não se preocupar. “Não entendia como ninguém notava a piora da minha menina. Cada vez mais me batia o desespero” lamenta.

Na segunda-feira (20), Tatiane havia combinado com a cunhada em levar a pequena Maria Gabrieli a Tubarão. Saíram às pressas em um carro particular. Chegaram por volta das 13 horas. A menina foi direto para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). “O pediatra disse que era caso gravíssimo. A cada hora que passava era uma luta constante. Mas as notícias não eram boas. Ela já estava fraca”, lamenta a mãe.

Maria Gabrieli Pacheco não resistiu e veio a óbito na madrugada.

Em contato com o contador da Fundação Hospitalar Santa Otília, Carlos Alberto Bussolo, o Beto, ele informou que tanto o hospital quanto a médica estão tranquilos com o fato. “Estamos colhendo maiores informações. Tudo é arquivado aqui no hospital e fica a disposição para qualquer dúvida. Em nenhum momento houve negligência no atendimento ao bebê”, expõe o contador. Com relação ao protesto ocorrido na quinta-feira (23), Beto disse que teve conotação política. “Todos tem liberdade de se manifestar. Mas acredito que já está relacionado com política devido a algumas acusações ditas na passeata”, finaliza.

Justiça

A família do bebê informou que nos próximos dias levará o caso ao Conselho Regional de Medicina. Um boletim de ocorrência também será pedido contra a Fundação Hospitalar Santa Otília e a profissional.

Descaso

Em nenhum momento após o falecimento do bebe, a família recebeu alguma satisfação ou contato da FHSO. “Ninguém nos ligou. Nem para lamentar o ocorrido”, destaca Tatiane.

A tia da criança conta que recebeu uma ligação do prefeito, Marco Antônio Bertoncini Cascaes, minutos antes do protesto. “Ele me disse que não sabia de nada. Perguntou o que a gente faria agora. Falou que o hospital fez o que pode para atender a bebê”, informa.

Gêmeas

Maria Gabrieli Pacheco era irmã gêmea de Maria Eduarda. Ambas com três meses de vida. A outra menina passou por uma série de exames médicos no Hospital Nossa Senhora da Conceição e foi liberada.

Texto: Ariel Rodrigues/Sul in Foco

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