Recém-nascido de pouco mais de um mês precisava de medicamento para refluxo, mas acabou ingerindo colírio para tratar glaucoma
Um casal de Rio do Sul será indenizado em R$ 40,1 mil após uma farmácia vender para eles o medicamento errado. O bebê do casal, de pouco mais de um mês, precisava de remédio para refluxo e acabou ingerindo um colírio para tratar glaucoma. Como resultado, a criança foi parar na UTI, onde ficou por três dias.
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, os pais da criança foram até a farmácia para comprar medicamentos prescritos por um médico. Entre eles estava a Bromoprida, para tratar refluxo. A mãe medicou o bebê, e assim que chegaram em casa ele começou a mostrar sinais de parada respiratória, além de chorar inconsolavelmente.
Ao ver o recém-nascido naquela situação, os pais foram checar os remédios e perceberam que a farmácia não os vendeu Bromoprida, e sim Brimonidina, que é contraindicado para crianças menores de dois anos. Além disso, o medicamento é feito para ser aplicado nos olhos, e o bebê o havia ingerido.
A família levou o recém-nascido às pressas para o hospital, onde ele ficou internado por três dias na UTI e precisou passar por uma intubação orotraqueal, procedimento invasivo em que é inserido um tubo na traquéia.
Na defesa, a rede de farmácias afirmou que não haviam provas de que o medicamento causou a reação na criança, culpou a mãe e ressaltou a inexistência de sequelas permanentes ou danos na saúde do bebê.
Entretanto, o relator responsável pelo caso deu ganho de causa à família. “O vínculo (do medicamento com a emergência de saúde) está claramente comprovado na documentação médica, que diz: ‘Motivo da admissão: intoxicação exógena por tartarado de brimonidina’”, falou no voto.
Diante da situação, o juízo concedeu indenização de R$ 20 mil para a criança e mais R$ 10 mil para cada um dos pais por danos morais. A família também será indenizada em mais R$ 140 pelos gastos com medicação.
Com informações do NSCTotal