Reflexão

Fé e devoção levam milhares de fiéis a Caravaggio

Segundo a comissão responsável, mais de 60 mil pessoas passaram, durante toda a semana, pelo templo.

Divulgação

Em cada vela acesa, em cada ramalhete de flores, nos pés cansados da longa caminhada ou nos olhares repletos de lágrimas. Cada manifestação é um gesto de fé e muitas foram realizadas durante esta semana, mais especialmente na manhã deste domingo, 26 de maio, no Distrito de Caravaggio, em Nova Veneza. O Santuário Diocesano Nossa Senhora de Caravaggio celebrou a sua 68ª Romaria e Festa, na presença de mais de 30 mil romeiros, só na manhã de hoje. Segundo a comissão responsável, mais de 60 mil pessoas passaram, durante toda a semana, pelo templo.

Graças alcançadas, pedidos especiais, alegrias e sofrimentos envolvidos entre preces e orações eram os sentimentos que moviam o cenário diante da gruta localizada no interior do Santuário. Do lado de fora, nesta manhã de domingo, as canções apresentadas por padre Ezequiel Dal Pozzo emocionavam e acolhiam os romeiros. A missa campal foi presidida por Dom Paulo De Conto, Bispo Emérito de Montenegro (RS), e concelebrada pelo reitor, padre Valdemar Carminati e pelos padres Antônio da Silva Miguel Júnior, Gilson Pereira e Joel Sávio. Participou da missa também o diácono Jadilson Tasca, que proclamou o Evangelho. Com o pátio lotado de fiéis, a imagem da Padroeira, trazida pela Paróquia Nossa Senhora da Salete, foi recebida com pétalas de rosas e a grande corrente formada por crianças vestidas de anjos, como já é tradição.

Em sua homilia, Dom Paulo manifestou sua alegria em estar presente e recordou quando, há vinte anos, iniciava a caminhada da Diocese tendo sua missão como primeiro Bispo. Dom Paulo falou da preocupação que sentia, na época, com os romeiros, diante do grande fluxo de veículos e o perigo de acidentes e elogiou a obra da calçada que hoje os conduz até o templo. “Hoje cedo, vindo de Criciúma para cá, vi, através deste caminho, milhares de pessoas caminhando. E para onde iam? Para a Mãe! Filhos que vão à procura da Mãe! Vinha pensando, nessa caminhada para Caravaggio, quantos trazendo para a Mãe alegrias, bênçãos, graças e quantos trazendo a dor, a angústia. Nas doenças, nos desencontros, nos maridos e esposas sofridos, nos filhos muitas vezes sem os pais, os pais nem sempre com a família, quantos trazendo o sofrimento do seu trabalho, da sua pobreza, quantas horas difíceis, além das graças e das bênçãos, das coisas bonitas e grandiosas, também as lágrimas, a dor trazida aos pés de Nossa Senhora de Caravaggio. Nossa Senhora é mãe acolhendo todos, consolando todos, e nós vemos esta mãe se manifestando através da história em tantos lugares!”, disse Dom Paulo.

O Bispo citou as aparições da Virgem em Maria em Fátima, Lourdes, Guadalupe, Aparecida, nas mais diversas situações que ferem a humanidade, sempre voltada aos pobres, humildes e sofredores. “Em Caravaggio, lá na Itália, Maria Santíssima, a mãe, vem consolar uma pobre mulher, querendo consolar todas as mulheres do mundo tão massacradas, tão exploradas, tão marginalizadas; quantas e quantas pelos maridos, pelos filhos, pela comunidade. E Nossa Senhora vem consolar Joanetta. Quando se recorre a Nossa Senhora, o que Ela diz? ‘Meu filho, minha filha, faça o que Jesus disser! Vá ao encontro do meu Filho!’ Também nós devemos nos animar a sermos evangelizadores, a querer bem a todos, a perdoar e amar a todos”, disse.

Viver a paz

Durante o momento do rito da paz, Dom Paulo frisou: “Meu irmão e minha irmã, nesta hora da missa, quantas vezes abraçamos quem está ao nosso lado, lhe desejando a paz. Mas nem sempre nosso coração está em paz. Muitas vezes, a língua é fofoqueira, se destrói a fama do outro, tem raiva, tem revolta, pior ainda, pessoas que têm ódio, que têm rancor, que não perdoam. Neste momento, quando Jesus vem até nós e deseja-nos a paz, reflitamos como é importante viver a paz”.

Dom Paulo convidou os presentes a fecharem os olhos e cruzar os braços sobre o próprio peito, como se estivessem abraçando a si mesmos, e continuou a reflexão: “Quem é meu melhor amigo, amiga? Sou eu mesmo. Estou dentro de mim, devo me querer bem, me abraçar, fazer um afago, porque no meu ‘eu’ que está dentro de mim, está Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. A Trindade que nós recebemos no Batismo é a mais perfeita comunidade, é o mais perfeito amor. E quando se vive o Pai, o Filho e o Espírito Santo então não se fala mal dos outros, não se deseja o mal, muito menos se tem ódio, rancor”.

O final da missa foi marcado pelo agradecimento e convite para as demais celebrações pelo reitor, padre Valdemar Carminati. A multidão ficou entusiasmada com a chuva de pétalas de rosas lançada do helicóptero, sobre todo o pátio do Santuário.

Pedidos e graças

Dentre os peregrinos que foram ao Santuário neste domingo, a senhora Justina Cadorin Nicolette, de Araranguá, teve uma graça alcançada ainda bebê. “Minha mãe conta sempre que, quando eu nasci, eu tinha uma ronqueira muito forte. Ela dava remédios e eu não melhorava. Ela prometeu que me levaria em todo dia 26 de maio na igreja que também é dedicada a Nossa Senhora de Caravaggio, em Sanga das Pedras, Meleiro. No dia seguinte eu melhorei e desde então sempre participamos, todos os anos. Eu tenho muita fé, eu confio muito em Nossa Senhora, me entrego totalmente”, relata a devota.

De Criciúma, veio à festa o casal Cláudio e Andreia Palma. A esposa realizou a caminhada, junto a algumas religiosas. “Viemos rezando o terço, cantando, louvando a Nossa Senhora e fizemos intenções antes de sair, pedindo bênçãos e graças a ela. Em particular, eu trago um pedido no meu coração. Esse pedido é bem forte para ela. Trazemos o nosso filho também, que estuda em Porto Alegre. Tenho certeza que ela vai alcançar este pedido”, disse Andreia. O esposo, Cláudio, acrescentou: “Em primeiro lugar, a gente vem agradecer por tudo o que recebe por meio dela e pedir saúde, porque com saúde, a gente consegue tudo o que necessita, e muitas outras graças diariamente. Às vezes não se percebe, mas a graça está no dia a dia”.

Colaboração: Comunicação Diocese de Criciúma 

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