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Feminicídios dobram em SC e representam 11% das mortes no Estado; veja outros indicadores

Apesar da queda de homicídios registrados, as mortes de mulheres se mantiveram estáveis nos últimos três anos

Foto: Divulgação

Os feminicídios em Santa Catarina dobraram nos primeiros cinco meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2021 foram 13 mortes de janeiro a maio, contra 27 em 2022. O número representa 11% das 253 mortes registradas no Estado.

Os dados são da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina e foram atualizados nesta segunda-feira (6).

Mesmo que o número de homicídios tenha reduzido no Estado em relação ao mesmo período do último ano — passando de 272 para 253 — as mortes de mulheres se mantiveram estáveis nos últimos três anos. Em 2019 foram 58, em 2020 57 e em 2021 chegaram a 55.

Como diminuir o índice?

A delegada Patrícia Zimmermann, coordenadora das DPCAMIs (Delegacias de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso) de Santa Catarina avalia que o índice deste ano se assemelha ao que foi registrado em 2019, antes da pandemia.

“O feminicídio, ao contrário de outros crimes como roubo, latrocínio, próprio homicídio, é um crime que não se combate através do policiamento nas ruas, de uma ação como a gente normalmente tem. É um crime que envolve uma relação íntima de afeto e muitos deles ocorrem no ambiente. doméstico e familiar”, afirma.

Para diminuir o número desses crimes, a delegada defende a mudança comportamental da sociedade e a ressignificação dos papéis do homem e da mulher.

“Quando nós compreendermos que a mulher ela está em pé de igualdade com o seu companheiro, e que essa mulher ela tem direito a viver sem violência, com certeza nós vamos começar a diminuir esses números.”

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) foi procurada para comentar o aumento do casos, mas não retornou até a publicação. O espaço está aberto.

Brutalidade contra criança choca Estado

Em maio foram registrados três feminicídios. Um deles ocorreu em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, e chocou o Estado. O padrasto, de 41 anos, a matou a enteada de apenas 7 anos com um corte no pescoço após uma discussão com a mãe por ciúmes.

A menina chegou a ser socorrida e levada até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Cordeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O homem foi morto em confronto contra a Guarda Municipal de Itajaí.

“Parece que é um pesadelo, e fico pedindo para acordar”, desabafa André Luís Conceição, pai da menina.

André relembra da filha com carinho de um pai amoroso. Ainda abalado pelo choque, ele relembra os planos que a pequena fazia para o aniversário de 8 anos, no dia 14 de junho. Eles planejavam passar um dia juntos e comemorar o aniversário dela e o de André, que é no dia 10.

Em 2019, Marciel Medeiros chegou a ser denunciado por assédio contra a criança, com 5 anos na época. Em boletim de ocorrência, André afirma que o padrasto havia publicado imagens em que ele aparecia nu ou seminu com a menina no colo e a beijando na boca.

O delegado da DPCami (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso), Alexandre Carvalho de Oliveira, confirmou que houve um inquérito em 2019, porém, não houve indiciamento.

O mesmo boletim de ocorrência traz denúncias de ameaça que o pai teria sofrido. Marciel também havia registrado um boletim contra o pai das crianças (da vítima e de um adolescente de 16 anos). Ele havia relatado que o pai estaria o ameaçando.

Outros indicadores

Em maio o Estado apresentou redução do número de homicídios, com o menor índice desde 2008. Foram 47 assassinatos contra 51 no mesmo período de 2021.

Já em relação a 2017, quando houve pico de mortes violentas, ocorreu uma redução de 50% de homicídios. Conforme o governo estadual, entre janeiro e maio deste ano houve diminuição de 7% nos homicídios na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: SSP-SC/Reprodução

Também em maio foi registrado o menor número de roubos para o mês da série histórica. Na comparação com 2016, a redução é de 60% — de um total de 1.650 para 650, conforme dados do Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial.

Segundo o governador Carlos Moisés, os índices atuais são consequência de duas situações: o trabalho integrado das forças de segurança e o maior investimento no setor na história do estado.

Segundo o governador Carlos Moisés (PSL), os números são consequência do trabalho integrado das forças de segurança e o maior investimento no setor.

“Nós criamos o Colegiado Superior em 2019, aumentando a integração entre as nossas forças de segurança. Hoje, este modelo é considerado um exemplo para o Brasil. Também estamos fazendo o maior investimento da história na segurança pública, com R$ 343 milhões em recursos próprios até o fim deste ano”, afirma o governador.

Com informações do ND+

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