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Funai atrasa projeto da Ferrovia Litorânea

O deputado federal Jorge Boeira esteve na quarta-feira (3), no Ministério dos Transportes, para tratar da Ferrovia Litorânea, que interligará a Ferrovia Tereza Cristina, no Sul do Estado, às ferrovias da América Latina Logística (ALL). Conforme secretário executivo do Ministério, Miguel Masella, o entrave atual para o andamento dos projetos está na Fundação Nacional do Índio (Funai), uma vez que o traçado da ferrovia irá passar na Reserva Indígena do Morro dos Cavalos. “Em março nós enviamos um documento a Funai apresentando três possibilidades de traçado, que não afetariam a reserva. Informalmente eles nos disseram que a alternativa 1 é boa, mas até agora não se pronunciaram oficialmente”, explicou Masella.

Foram três as propostas de traçado apresentadas pelo Ministério dos Transportes a Funai. Na Alternativa 1 parte dos trilhos passariam pelo Morro dos Cavalos por um túnel de 3,5 Km e outra parte passaria na superfície pela encosta do Morro, mas em plataformas elevadas.

Já a Alternativa 2 é totalmente em túnel, não provocando impactos na superfície da Terra Indígena, mas a extensão do túnel seria de quase 11 Km. Além do gasto com um túnel maior, esta opção apresenta outros problemas. Na área estão localizadas pontos de captação de água da CASAN; dificuldade de acesso para realização dos levantamentos topográficos e geotécnicos; em caso de necessidade de janelas de ventilação, as mesmas estarão localizadas dentro do parque; e na execução da obra, haverá grandes dificuldades para a execução da entrada e saída do túnel, bem como na implantação de caminhos de serviço e no transporte de equipamentos.

Na última hipótese, a Alternativa 3, os trilhos passariam no mesmo túnel onde está previsto que passe a BR-101. Aqui haveria ainda mais dificuldades, pois uma ferrovia pode ter rampas com inclinação de apenas 1%, enquanto as das rodovias podem ter até 4%. Desta forma, um novo traçado para a BR teria que ser feito.

Boeira agora deve se reunir com representantes da Funai. “Sem resolver os problemas de logística de transporte no Brasil, nós nunca seremos competitivos. Termos esta ferrovia interligando a região e os nossos portos é fundamental para o desenvolvimento do sul catarinense”, defendeu o parlamentar.

O projeto executivo da Ferrovia Litorânea já está sendo realizado. Após solucionado esse problema com a Funai, será solicitado ao Ibama o Estudo de Impacto Ambiental e os demais licenciamentos do órgão. Quando concluída, ela vai ligar Imbituba a Araquari, com 263 quilômetros de trilhos, conectando as ferrovias América Latina Logística e Tereza Cristina, além de quatro portos catarinenses.

Colaboração: Jane Santin