Foto: Sinte/SC/Divulgação /Notisul
Cerca de 20 professores da rede estadual ocuparam ontem o prédio da secretaria de educação, em Florianópolis. Destes, duas docentes fazem parte da coordenação regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública (Sinte) em Tubarão. Eles permaneceram no décimo andar do edifício, onde fica o gabinete do secretário Eduardo Deschamps até às 21h15min, quando decidiram em reunião desocupar o local. A desocupação foi uma exigência do gestor para a negociação.
Porém, do lado de fora do prédio, mais 30 grevistas montaram suas barracas na tarde de ontem e prometeram ficar no local por tempo indeterminado. Hoje faz dez dias que 100 docentes ocuparam a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). As ações são realizadas para pressionar o governador Raimundo Colombo (PSD) a negociar com os grevistas. Os docentes que permanecem na Alesc não podem entrar ou sair do local após às 20 horas, conforme determinação da Polícia Militar da capital.
Tudo indica que as medidas tomadas pelos professores surtiram efeitos. Ontem à noite, Deschamps solicitou a presença dos representantes do Sinte estadual para uma reunião que ocorrerá hoje, às 10 horas. Contudo, o diálogo somente ocorrerá se os professores deixarem a sede da secretaria. “Recebemos um ofício do secretário convocando o sindicato e o comando de greve para retomarmos as negociações amanhã (hoje). Esperamos que desta vez as propostas venham de encontro à categoria”, afirma a coordenadora do Sinte em Tubarão, Tânia Fogaça.
Ato estadual
Aproximadamente quatro mil grevistas participaram ontem de um ato estadualizado na Praça Tancredo Neves, em frente à Alesc. Depois da manifestação, que ocorreu nas intermediações do Palácio Barriga Verde, os docentes seguiram em passeata com música, faixas, cartazes, palavras de ordem e chegaram à secretaria da educação. Cerca de 100 grevistas das regionais de Tubarão e 120 de Laguna estiveram presentes. Hoje, completam 45 dias da greve. Nas regiões de Tubarão e Laguna, 24 escolas estão fechadas e cerca de 14,7 mil alunos estão sem aula. A última greve dos professores da rede estadual ocorreu em 2011 e os docentes paralisaram as atividades por 62 dias.
Reivindicações
•Realização imediata de concurso público;
•Descompactação da tabela;
•Melhores condições de trabalho;
•Estabelecimento de um calendário para o prosseguimento das negociações.
Principais fatos
• 24/03 – O secretário de estado da educação, Eduardo Deschamps, afirmou que, com a paralisação, não haverá negociação.
• 25/03 – Dois mil professores fazem manifestação no Centro Sul, em Florianópolis. Encaminhado um ofício ao governador Raimundo Colombo.
• 07/04 – Cresce a adesão após um vídeo do secretário de estado da educação, Eduardo Deschamps, ser divulgado nas redes sociais, onde ele criticava duramente os diretores que apoiam os grevistas, chamando-os de ‘pelegos’.
• 09/04 – Retirada da pauta na Assembleia Legislativa (Alesc) a votação da Medida Provisória 198 (MP198), que prevê mudanças na forma de remuneração dos professores Admitidos em Caráter Temporário (ACT’s). Os sindicalistas e professores acamparam na Alesc. Houve tumulto entre grevista e policiais militares.
• 11/04 – Alunos de diversos municípios fazem passeatas em favor dos professores. Cinco profissionais do comando de greve reuniram-se com Deschamps. Eles esperavam por uma contraproposta, mas o secretário salientou que encaminharia somente nos próximos dias.
• 14/04 – Os profissionais registraram boletins de ocorrência contra o secretário da educação devido às ameaças que sofreram.
• 15/04 – Contraproposta é apresentada pelo governador Colombo, mas é rejeitada.
• 18/04 – Os professores tumultuam ato com o governador em inauguração de obra em Sangão.
• 23/04 – Os professores das quatro regionais do sul, Tubarão, Laguna, Araranguá e Criciúma participaram de ato em Içara.
• 27/04 – Centenas de professores estaduais em greve e sindicalistas que lutam contra o projeto de lei da terceirização protestaram na inauguração do Aeroporto Regional Sul, em Jaguaruna.
• 28/04 – Cerca de 100 docentes em greve ocuparam as galerias da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc.)
• 02/05 – O Tribunal de Justiça de Santa Catarina dá parecer favorável à secretaria de estado da educação para descontar os dias parados do salário dos professores grevistas.
• 05/05 – Os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Santa Catarina (Sinte/SC) rejeitaram em reunião a proposta do governador Raimundo Colombo.
Com informações do jornal Notisul