Foto: Jornal Diário do Sul
A diretora do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), irmã Jacira Maria dos Santos, concedeu ontem (13) uma entrevista coletiva para detalhar a mudança de gestão da instituição, que no dia 1º de abril passará da Sociedade Divina Providência para a Associação Congregação de Santa Catarina, com sede em Petrópolis (RJ). Segundo ela, essa transição não é uma venda comercial, mas apenas uma transferência de administração que será concluída em dois anos.
Essa decisão que surpreendeu a comunidade durante a semana foi motivada por uma questão religiosa administrativa. Por conta da idade média considerada alta das religiosas que fazem parte da Sociedade Divina Providência, surgiu o temor de que no futuro houvesse alguma dificuldade em encontrar voluntários disponíveis e com perfil desejado para comandar o HNSC, uma missão desempenhada há quase 110 anos. Hoje, 39% das 158 freiras da Divina Providência têm entre 80 e 89 anos.
Diante dessa situação, a entidade começou a planejar uma possível “sucessão”. A primeira alternativa foi a própria Associação Congregação de Santa Catarina, uma antiga parceira da Divina Providência. Depois, outros grupos ainda foram cogitados, mas a consolidação do repasse de gestão ficou mesmo com essa entidade sediada em Petrópolis e que administra, em regime de governança corporativa, 19 casas de saúde referências nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Espírito Santo.
De acordo com a irmã Jacira, as negociações começaram em novembro de 2013 e foram encerradas há alguns dias. Ela assegura que o Hospital Nossa Senhora da Conceição não foi vendido, pois legamente essa transação é impossível.
“Os hospitais da nossa congregação não podem ser vendidos, só podem ser repassados para instituições congêneres. Não haverá descontinuidade e a prioridade do convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) estará mantida”, garantiu.
Inicialmente, a Sociedade Divina Providência só pretendia repassar a gestão do Hospital Nossa Senhora da Conceição, o que não seduziu os futuros gestores. Só quando o Hospital Santa Isabel, de Blumenau, e Hospital São José e Maternidade Chiquinha Galotti, de Tijucas, ambos da Divina Providência, também foram incluídos na negociação, é que Congregação de Santa Catarina aceitou a nova gestão. Tudo isso precisou passar por uma aprovação da direção geral das duas entidades, com sede na Alemanha.
Não há pendências
A mudança de administração será gradual. Oficialmente, a nova gestão assumirá o HNSC no dia 1º de abril, mas a transição completa se dará pelos próximos dois anos, período em que todos os contratos, convênios e outros compromissos serão absorvidos pela nova razão social. O nome fantasia Hospital Nossa Senhora da Conceição vai ser mantido e todo quadro de colaboradores será preservado.
“Não temos pendências a serem resolvidas, todos os impostos e pagamentos estão em dia. O novo contrato com o SUS estará valendo a partir de 30 de março e vamos nos esforçar, já em favor da nova administração”, ressalta a irmã Jacira.
As formalidades para troca de gestão ainda não foram definidas. A Congregação de Santa Catarina ainda não informou se a futura diretoria já está composta ou se esse processo ainda está em andamento. É possível que esses detalhes sejam esclarecidos no próximo dia 24, quando integrantes do novo gestor estarão visitando o hospital.
Com informações do jornal Diário do Sul