Saúde

Hospital São José busca empréstimo para pagar salários

Dinheiro evitou greve, que estava programada para este sábado

Foto: Divulgação

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Não é a primeira vez que o Hospital São José precisa ir ao mercado tomar dinheiro emprestado, a juros altos, para não deixar seus funcionários e médicos sem o pagamento de salários. Pois esse expediente foi repetido nesta sexta-feira pela direção da instituição, que assim evitou uma paralisação que estava marcada para começar no sábado.

"O hospital pediu dinheiro emprestado, a juros altos, para fazer o pagamento da folha. Assim, evitou-se uma greve", confirmou o assessor da direção e presidente da Associação de Hospitais de Santa Catarina, Altamiro Bitencourt. "Não houve o pagamento pelo Estado da dívida que ele tem", relatou, confirmando que segue o débito do governo catarinense com o hospital de Criciúma, avaliado em mais de R$ 15 milhões.

Empregados

"A situação é difícil para os hospitais e os trabalhadores", rebateu o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Criciúma e Região, Cléber Cândido, confirmando que haveria paralisação caso os salários não fossem pagos hoje.

"O São José resolveu com um empréstimo para sanar a folha. Tem dois problemas na região, o Regional de Araranguá, que não fez pagamentos, e provavelmente vamos parar neste sábado", frisou o sindicalista, antecipando a possível paralisação no HRA. E o mesmo pode acontecer na Casa de Saúde do Rio Maina. "A Casa de Saúde do Rio Maina diz que ainda não recebeu repasse da Prefeitura, e também há possibilidade de parar amanhã", relatou.

Caos

Para o secretário de Saúde de Criciúma, Vitor Benincá, o momento é de caos na saúde pública, em particular no atendimento hospitalar. "É um momento de calamidade", reconheceu. Mas Benincá retrucou o presidente do sindicato dos trabalhadores sobre a situação da Casa de Saúde do Rio Maina. "O hospital do Rio Maina é do Isev, que atende com contrato SUS. Ele não tem vinculação com a Prefeitura. A Prefeitura não só não deve como antecipou, adiantou do seu caixa próprio, um pagamento, para que eles não fechem", reparou, salientando a responsabilidade do ISEV enquanto gestor da instituição. "A Prefeitura vai bancar uma conta que não é sua para a Casa de Saúde se manter aberta", emendou.

Sobre o São José, embora o município seja o gestor do contrato, a grande responsabilidade financeira que não vem sendo cumprida é do governo do Estado. "O São José tem um contrato, associado ao Estado, com repasse mensal, que está atrasado desde julho do ano passado", arrematou Benincá.

Ouça, nos podcasts abaixo, as entrevistas de Cléber Cândido, Vitor Benincá e Altamiro Bitencourt ao Balanço Geral desta sexta-feira.

Com informações do site Rádio Eldorado