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Idosos com alta hospitalar há mais de 60 dias à espera de acolhimento

 Uma situação triste e preocupante chegou ao extremo no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), de Tubarão. Um senhor de 65 anos de idade, de Capivari de Baixo, com alta hospitalar desde o dia 03 de maio, permanece na Instituição à espera de familiares, que desde então, se recusam a buscá-lo e alegam não terem condições de assumir a responsabilidade dos cuidados em relação ao mesmo. Nestes 66 dias que se passaram desde a alta hospitalar do paciente, toda a equipe de enfermagem, assistência social, assessoria jurídica e Direção do HNSC não têm medido esforços para a resolução de tal impasse. Diante da negativa dos familiares, já foram acionados vários órgãos e pessoas, na esperança de que pudessem auxiliar na busca de um destino digno para o paciente.

Em Capivari de Baixo, o caso foi informado à Assistência Social do município, à primeira dama, à Procuradoria e ao Ministério Público (MP). Quase todos os dias, são realizados novos contatos no intuito de uma solução que parece inatingível. De acordo com a assessoria jurídica do HNSC, “o caso foi noticiado ao Ministério Público e este, com base no Estatuto do Idoso, na data de 22 de maio, ajuizou uma ação visando compelir o Município de Capivari de Baixo a solucionar a situação. Em face do histórico, o Juízo deferiu uma medida liminar para o encaminhamento do idoso para instituição especializada. Mesmo tendo sido intimado da decisão há mais de um mês, o Município manifestou-se no processo, mas não cumpriu com o determinado. Desde o dia 01/07/2013, o processo encontra-se no Gabinete do Promotor de Justiça, sem, portanto, ter sido definida a situação do paciente até a presente data” informa a procuradora do HNSC, Dra. Cristiani Wernke, que completa: “Neste caso, em razão do imenso número de processos que tramitam junto da Comarca de Capivari de Baixo é de ser enaltecida a agilidade do Ministério Público quanto ao rápido ajuizamento da ação, assim como o deferimento da liminar, pelo Judiciário. O que foge à compreensão é o descaso do Poder Público em face de uma situação puramente social”.

O idoso, internado desde o dia 29 de abril – questiona diariamente quando irá para casa ou quem irá buscá-lo. Além de toda a questão humana, a permanência do referido paciente em ambiente hospitalar é um risco à sua própria saúde, uma vez que este fica exposto a todos os agentes insalubres e patógenos comuns do ambiente hospitalar. Há ocupação de um leito sem necessidade médica. Igualmente, não pode ser esquecido o grande número de pacientes que todos os dias precisam ser internados e ficam em macas pela falta de leitos.