Segurança

Índice de assaltos e arrombamentos a residências preocupa Polícia Civil

Foto: Daniel Búrigo/Clicatribuna

Foto: Daniel Búrigo/Clicatribuna

As ocorrências de assaltos com reféns e arrombamentos a residências estão em crescimento na região de Criciúma desde o ano passado. Quem afirma é o delegado Márcio Campos Neves, responsável pela Divisão de Furtos e Roubos da Divisão de Investigação Criminal de Criciúma (DIC). A autoridade declarou ainda que a situação é preocupante e se agravou nos últimos meses. O último caso com maior repercussão ocorreu na noite da última sexta-feira, no Bairro Linha Anta, em Criciúma. Segundo a Polícia Militar, três vítimas que estavam em sua residência esperando parentes, com o portão aberto, ouviram um veículo, com placas de Porto Alegre, entrando no terreno, com quatro homens armados, que anunciaram o assalto, amarraram as vítimas no quarto e roubaram diversos aparelhos eletrônicos, dinheiro em espécie e cheque no valor total de R$ 2.625, além de uma caminhonete. Ninguém foi detido.

Segundo Neves, em relação aos assaltos com reféns, como citado acima, dois fatores são determinantes para que o ocorra este tipo de crime. O primeiro é que o alvo dos criminosos é pré-definido. “Geralmente as quadrilhas têm informações privilegiadas sobre o poder aquisitivo, pertences e membros das famílias”, afirmou.  Outro fator que tem influência é a localização. Casas fora da área central, com fácil evasão também tem sido alvo dos criminosos.

Mesma quadrilha responsável pelos crimes

A violência nesse tipo de ocorrência também preocupa. “Eles entram nas casas, quase sempre à noite, agridem as vítimas e geralmente vão atrás de um cofre, algo de muito valor e somem”, afirmou o delegado. Em relação às investigações nesse tipo de crime, a autoridade policial afirma que a maioria está sendo praticada pela mesma quadrilha. “Estamos monitorando eles há algum tempo e estamos lutando para que a prisão ocorra o quanto antes”, afirmou.

Já em relação aos arrombamentos, são diversas quadrilhas atuando na região. “Eles atuam à luz do dia. Esperam as vítimas saírem para o trabalho e entram nas residências sem deixar vestígios. Quem passa por fora, se perceber alguma movimentação, acha que são moradores da casa”, afirma Neves. Nesses locais, são furtados objetos de valor agregado, como notebooks, aparelhos de TV. “São produtos que são facilmente vendidos posteriormente. Geralmente o lucro da venda gira em torno de R$ 1.500 e eles acabam realizando cerca de três furtos por dia, dividem os ganhos entre eles e partem para outro”, conta.

Dados estáveis, segundo a PM

Como os dados da Polícia Civil e a Polícia Militar não estão ligados, os números apresentados em relação a arrombamentos e assaltos a residências estão estáveis no ano de 2015 em Criciúma, de acordo com a PM.  “Eles são considerados em menor número em relação ao número de roubos de modo geral, pois demanda uma quadrilha, maior empenho dos agentes”, explica o comandante da Terceira Companhia de Criciúma, capitão Eduardo Moreno. Ele endossa a afirmação da Polícia Civil em relação às residências mais afastadas. “Na região da Quarta Linha (que envolve o bairro e arredores), onde as casas ficam mais isoladas esse tipo de ocorrência se destaca mais”, detalha. Em relação aos furtos em residências, Moreno afirma que como o caso já aconteceu, a Polícia Militar geralmente não é acionada e, por isso, não entram nas estatísticas da PM, chamados de “cifras negras” pelos militares. “A pessoa percebe que sua casa foi arrombada, ela não aciona o 190. Geralmente vai fazer um boletim de ocorrência diretamente na Polícia Civil”, comenta.

Ações de prevenção

Como prevenção, a Polícia Militar destaca ações de aconselhamento, como palestras em bairros, para que as residências não se tornem um alvo fácil para os criminosos. “O criminoso vai olhar primeiramente onde há menos concentração de pessoas. Já que, hipoteticamente, não haverá mais pessoas circulando, temos que evitar que nossa casa seja alvo. Como o reforço na iluminação ao redor do terreno, utilização de grades, colocarem um alarme, cachorros”, sugere Moreno. Saber quem é seu vizinho também ajuda na prevenção. “Sempre avise seu vizinho sobre uma saída com maior tempo. Temos o projeto de rede de Vizinhos Protegidos que faz todos seus vizinhos se interagirem para ser acionado quando algo de grave acontecer na rua ou região ou movimentação atípica”, relata. Moreno também comenta sobre as rondas comunitárias nas 10 regiões de atuação da PM na cidade.

Por enquanto, nenhuma perspectiva de aumento de efetivo

Enquanto os agentes da DIC buscam, mesmo com pouco efetivo, solucionar os casos de furtos e roubos a residências, a Delegacia Regional espera o chamado do Governo do Estado. “Por enquanto não há nenhum indicativo para o reforço do efetivo da Polícia Civil na região de Criciúma. Vamos trabalhar com o que temos para dar fim nessas quadrilhas que aterrorizam a população e colocá-las na cadeia”, salienta o delegado Regional Jorge Koch.

A intenção da Delegacia Regional é que sejam admitidos 54 servidores da Polícia Civil em toda a Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), mas apenas a partir de junho de 2016. Dentre eles, serão cinco novos delegados. Dos 54, 25 se dividiriam nas repartições de Criciúma. Para a DIC, a expectativa que sete ou oito agentes trabalhem nas investigações.  

Enquanto isso, a autoridade policial ainda afirmou que a situação na cidade irá se agravar para o final do ano, com o remanejamento de agentes para o Balneário Rincão para a Operação Veraneio.

Com informações do Portal Clicatribuna