Economia

Indústria catarinense precisa de profissionais técnicos

Mais de 460 mil vagas para profissionais de nível técnico devem ser abertas em Santa Catarina até 2015

Para atender a expectativa de crescimento industrial em Santa Catarina, serão necessários 461,5 mil profissionais de nível técnico, até 2015, o que corresponde a 6,5% de todo o país. A busca por pessoas qualificadas deve-se, principalmente, às mudanças no mundo do trabalho.

Cada vez mais o mercado exige profissionais com um nível de qualificação mais elevado e preciso em termos de ocupações. “A sociedade é um sistema dinâmico e a economia mais dinâmica ainda. Estamos trabalhando com inovação de processos, melhoria de produtos. Para que se possa aumentar a capacidade das empresas e sua competitividade, precisamos de pessoas qualificadas”, avalia o diretor regional do Senai/SC, Sérgio Roberto Arruda.

A sociedade ainda tem a cultura da formação acadêmica, que, em muitos casos, não absorve a demanda de profissionais formados e sofre com a falta de capacitação técnica. Arruda defende um processo de formação contínua, que envolve toda a educação formal, mas que busque, também, começar a qualificação através de cursos técnicos que permitem à entrada no mercado de trabalho.

“Hoje, o ensino médio não qualifica para praticamente nada, a não ser para prestar um vestibular. Queremos que o jovem, ao terminar o ensino médio, possa ingressar no mercado de trabalho e depois tome a decisão de permanecer no nível técnico ou fazer um curso superior”, acrescenta o diretor do Senai.

Salário dos setores técnicos podem valer a pena

Se a dúvida na hora de escolher entre uma capacitação técnica ou a educação formal for a financeira, uma boa lembrança é que os salários dos setores técnicos podem ultrapassar os de muitas profissões que exigem curso superior. Nas áreas de automação e construção civil, por exemplo, as remunerações iniciais estão na faixa dos R$ 2,1 mil, e podem chegar a R$ 6 mil.

Através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), diversos profissionais foram contatados, principalmente os do sistema “S” (Senai, Sesi, Senac…) e os Institutos Federais, para desenvolver ensino técnico aos jovens do ensino médio público, aos que buscam seguro-desemprego e às famílias cadastradas na bolsa-auxílio.

Os cursos oferecidos pelo Pronatec são gratuitos e disponibilizam auxílio-alimentação e transporte. A previsão, no Brasil, é passar de quatro milhões de matrículas para oito milhões em cursos técnicos em geral até o ano que vem. Santa Catarina busca passar de 90 mil matrículas para 180 mil, das quais em torno de 40 mil serão vagas gratuitas com auxílio-alimentação e transporte.

Setores com maior demanda profissional

Os setores que exigem técnicos específicos considerados verticais, como a indústria de alimentos, a indústria têxtil, metal-mecânica, eletroeletrônica, de materiais, são as de maior demanda. As tecnologias chamadas transversais (porque exigem, além do processo produtivo, a manutenção dos processos de fabricação), como automação, tecnologia da informação, mecânica de manutenção, eletricista, também exigem profissionais técnicos qualificados.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) colocou à disposição do Senai uma série de dados que possibilitou a elaboração de um guia de profissões. O material busca levar aos jovens informações na hora de escolher uma profissão, principalmente as ligadas à indústria catarinense. O guia pode ser encontrado em qualquer unidade do Senai, gratuitamente.

Notisul