Segurança

Integrante do PGC liga para programa de televisão ao vivo em Criciúma

Os profissionais do único programa televisivo policial da cidade, o Hora da Verdade da TV Criciúma (Canal 19), tiveram uma surpresa na última edição.

Na noite de sexta-feira eles noticiaram a prisão de um jovem de 18 anos e de uma mulher de 28 anos, acusados de envolvimento no Primeiro Grupo Catarinense (PGC) e de ter incendiado um ônibus no Bairro Progresso, na noite de quarta-feira. No meio da programação ao vivo um jovem, que não se identificou, ligou para o noticiário.

Segundo o apresentador Beto Silva, que também integra a equipe do Grupo A Tribuna na Rádio Hulha Negra, a ligação foi rápida, mas suficiente para algumas declarações.

“Ele falou que se a polícia fizesse seu papel certinho não teria nada acontecido e tudo estaria tranquilo. Afirmou que era do PGC e que ele e mais outras pessoas que fizeram o atentado. Ainda comentou que os dois detidos na sexta não tinham nada a ver com o ataque. O rapaz terminou dizendo que o primeiro salve foi dado e que iria desligar porque estava ficando “sujo””, relatou o apresentador. Segundo matéria  do Clicatribuna, o jovem também usou por diversas vezes a palavra covardia e afirmou que a carta apreendida foi escrita por ele.

A gíria “sujo” significa complicado e o “Salve Geral” é a ordem de dentro das unidades prisionais para ações de ataques no lado externo.

Investigações devem começar essa semana

A polícia deve investigar a intervenção telefônica no programa ainda esta semana e se a ligação pode ter origem de alguma unidade prisional.

A mulher detida na manhã de sexta-feira no Bairro Progresso, acusada de ser mandante do incêndio ao coletivo e da morte de um usuário de drogas, assim como o jovem que seria executor direto da ação, estão recolhidos no Presídio Santa Augusta. O companheiro dela, que é investigado por participação na organização criminosa, também está recluso no estabelecimento prisional.

Quando ingressou na unidade, no momento em que fazia o cadastro penitenciário, ela assistia uma reportagem e chegou a dizer assustada “meu Deus estão falando que eu fiz tudo isso”. Em depoimento ela também negou qualquer tipo de participação.

Segundo a Polícia Civil, na casa dela foi encontrada uma carta assinada pelo PGC e pelo Comando Vermelho (CV) facção do Rio de Janeiro (RJ), relatando a origem dos ataques e ameaças aos sistemas, de segurança e prisional. Ela também declarou que desconhecia do documento.