Saúde

Irmão de empresário que faleceu com Influenza A em Tubarão acredita em falha

Foto: Divulgação / DS

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Sérgio Custódio, irmão do empresário Roberto Felipe Custódio, de Tubarão, que faleceu na sexta-feira com Influenza A e suspeita de H1N1, aponta que houve falhas no tratamento que podem ter contribuído para que o quadro do paciente se agravasse.

Sérgio conta que, ao perceber sintomas como dor de cabeça, febre e mal-estar, Roberto procurou uma clínica da Cidade Azul, onde consultou um médico que o diagnosticou com virose. “Aplicaram medicamento para dor de cabeça. Meu irmão chegou a ir três vezes a esta clínica, entre os dias 4 e 5 de abril, e nas três vezes o diagnóstico foi de que o problema dele era simples gripe ou uma virose. Fico me perguntando por que não se pensou em dar o Tamiflu, sendo que vemos que a orientação é que a medicação seja dada em caso de sintomas de Gripe A”, questiona.

Ele relata que Roberto foi para casa e ficou quatro dias se sentindo mal até ser levado para o Hospital Nossa Senhora da Conceição. “Nesse momento, o H1N1 já tinha avançado. No hospital tentaram fazer de tudo para salvar a vida dele, mas o fato de ele não ter recebido o tratamento no começo o prejudicou muito, e a doença atingiu os pulmões”, lamenta o irmão.

Sérgio frisa que Roberto tinha boa saúde e não estava em nenhum grupo de risco para H1N1. “Ele tinha 50 anos, recém-completados, não tinha doenças crônicas, nada. Poderia ter se salvado, como tantos casos de pessoas que contraem a gripe e melhoram, mas não recebeu o tratamento logo”, aflige-se Sérgio. “Fico me perguntando, se ele tivesse ido a um posto de saúde, o médico possivelmente teria indicado que ele fizesse o teste para Influenza A e H1N1, e mesmo antes da confirmação já poderia ter indicado o tratamento com o Tamiflu. Isso que deveria ter sido feito. O fato de o meu irmão Roberto ter ficado quatro dias sem a aplicação do Tamiflu foi fatal para ele”, acredita.

O empresário Roberto Custódio era muito conhecido na Cidade Azul e pode ter sido a primeira vítima da região da Amurel de H1N1. Ele faleceu no Hospital Nossa Senhora da Conceição. 

Ele deixou esposa e dois filhos e havia recentemente completado 50 anos. Roberto atuou durante anos na empresa Pró-Som, com a montagem de estruturas para eventos, tornando-se muito conhecido em Tubarão e região. Recentemente, era proprietário da empresa Temporary, também atuando no segmento de eventos.

O município de Tubarão tem três casos confirmados de H1N1, mas nenhum resultou em óbito. Caso seja confirmado pela Gesa, Roberto será o quarto caso da doença na Cidade Azul e o oitavo na Amurel, o primeiro resultando em óbito. 

No começo de abril, houve a suspeita de que o jovem Arthur Carvalho, de 34 anos, tivesse sido vítima das consequências da gripe H1N1. O jovem era filho da ex-vereadora Albertina Terezinha de Carvalho, a Beth Xuxa, e trabalhava na Câmara de Vereadores.

Depois da análise, porém, foi informado que as amostras coletadas de Arthur deram negativas, ou seja, a causa da morte não foi gripe A. O material coletado foi analisado pelo Laboratório Central de Saúde Pública – Lacen de Florianópolis.

H1N1 não foi confirmado pela Gerência de Saúde

A Gerência Regional de Saúde de Tubarão – Gesa ainda não confirmou que Roberto tenha falecido em consequência do H1N1. Segundo o gerente regional de Saúde, Dalton Marcon, está confirmado que o empresário tinha Influenza A, mas a subtipagem ainda está em análise e deve ser conhecida no fim da semana.

“Já sabemos, de toda forma, que ele realmente teve Influenza A”, sublinha o gerente. Ele atesta que a conduta indicada pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina – Dive/SC segue as orientações do Ministério da Saúde de que o Tamiflu seja ministrado em casos suspeitos de Influenza A. 

“A orientação técnica é que, ao apresentar sintomas de gripe A, o paciente seja medicado com o antiviral Tamiflu, até porque a definição da subtipagem pode levar alguns dias e é importante que o tratamento seja rápido. Isso, porém, depende da avaliação do médico. Neste caso específico, somente o profissional de saúde poderia esclarecer por que não indicou de pronto a medicação”, frisa Dalton.

Com informações do site Diário do Sul