Geral

Jovem criciumense luta contra doença rara e precisa de ajuda

Foto: Daniel Búrigo/Clicatribuna

Foto: Daniel Búrigo/Clicatribuna

A Criciumense Ana Cláudia Trombim, de 27 anos, vive uma batalha a cada dia após descobrir que é portadora de um linfoma de tipo raro e agressivo, o Linfoma Hepatoesplênico de células. Os sintomas começaram aos poucos: constantes inflamações na garganta, inchaço na barriga, manchas roxas pelo corpo e muito suor noturno. As evidências não foram ligadas entre si de imediato e o diagnóstico acabou demorando aproximadamente seis meses para ser buscado. Quando procurou um médico, no inesquecível dia 25 de fevereiro de 2014, começaram a aparecer evidências e, poucos dias depois, a confirmação: uma batalha seria travada por toda a família a partir daquele dia. Os primeiros exames e contatos médicos foram feitos em Criciúma, mas, por orientação de especialistas, o tratamento foi confirmado e iniciado no Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba.

Logo no primeiro contato com o hospital foram 23 dias de internação.  Nas primeiras duas semanas, por não ter condições de ficar em um hotel e não conhecerem nada nem ninguém da cidade, os pais da jovem ficaram dormindo no carro, no estacionamento. Além do medo, da insegurança e da tristeza de estarem passando pela situação, todos os membros da família precisaram encarar a ideia de se manter na nova realidade longe de casa. Para a mãe, Maria Isabel José, de 52 anos, foi como se um buraco se abrisse na sua frente. “Eu fiquei completamente perdida. Saí correndo no meio da rua quando soube e demorei pra conseguir encarar tudo isso. Foram momentos muito ruins”, relembra.

Ana encara situação com coragem

Conforme Ana Cláudia, que mesmo muito jovem se mostra madura ao encarar a doença, após esse período foi necessário começar a procurar um local para a família ficar e, com a ajuda de tios e primos, conseguiram um apartamento. A mãe e o irmão, João Paulo Trombim, de 22 anos, precisaram largar seus empregos para poder “segurar a barra” com a jovem. “Curitiba passou a ser nossa casa. Mesmo quando recebo alta sou proibida de sair da cidade. Vou do hospital para casa e de casa para o hospital. Só isso”, comenta Ana.

Atualmente Ana está indo para o terceiro ciclo de quimioterapia e foi autorizada a vir à Criciúma por alguns dias para rever a família e na próxima semana entrar em um novo ciclo. Desde que iniciou o tratamento, muitas sessões já foram realizadas e, em agosto de 2014, a doença foi considerada em estado de remissão. “Apesar de termos ficado muito felizes por ter chego à cura, pouco tempo depois fiz novos exames que mostraram a volta do linfoma. Foi difícil de acreditar, mas tive que começar toda a luta de novo”, lembra. Após esse período um protocolo de tratamento foi iniciado, porém causou muitos efeitos colaterais na paciente e precisou ser substituídos.

Rotina difícil no hospital

Formada em Farmácia, antes de descobrir a doença Ana Cláudia trabalhava durante o todo o dia e gostava da sua rotina. Agora, com sua rotina de internações, ela afirma sentir falta do trabalho e suas outras funções. “É difícil para alguém jovem aceitar que está doente e ver suas limitações. Sou forte. É difícil me ver chorando no hospital. Procuro me distrair e até dou força para os outros que chegam, mas hoje vejo que queria muito dizer que estou trabalhando bastante. E às vezes a gente reclama quando tem trabalho demais, né!?”, declara.

Para ela, nem todas as notícias ruins foram suficientes para deixar de acreditar na cura. “Todo mundo pensa que o câncer nunca vai chegar na sua família, mas não é assim. De qualquer maneira, nem por um dia desanimei. A minha família já era unida e ficou ainda mais diante da situação. Meus tios e primos que sempre estiveram ao meu lado passaram a estar ainda mais”, garante Ana.

Em seu tempo livre, a paciente costuma ler livros, pintar desenhos, fazer palavras-cruzadas e ver televisão.

Ana precisa de transplante

Para atingir a cura total Ana Cláudia precisa fazer um Transplante Autólogo de Medula Óssea, ou seja, é um processo feito do seu próprio organismo, já que nenhum membro próximo da família é compatível para doação. “Só vou conseguir fazer esse procedimento caso meu organismo atinja alguns níveis adequados e isso irá acontecer apenas se eu fizer o uso de medicamentos específicos e muito caros que não são disponibilizados pelo governo”, explica a paciente, que gosta de pesquisar e entender o processo de tratamento.

Conforme a jovem, será necessária a aplicação de quatro ampolas do medicamento, sendo que cada uma tem o custo de R$13 mil. A família já está buscando a doação do remédio pelo governo por meio judicial, porém o encaminhamento pode ser demorado. “Estamos tentando, mas quem sabe dois ou três meses de espera pode ser muito para mim”, salienta.

Família organiza campanha para doações

Além da possibilidade de comprar as ampolas necessárias para o tratamento de Ana Cláudia, a família da garota procura soluções para os problemas financeiros enfrentados. Com a necessidade de fazer o tratamento em Curitiba tendo em vista a raridade da doença e as condições de um hospital especializado no estado vizinho, a mãe e o irmão precisaram também se mudar para a cidade e revezar o acompanhamento no hospital. Já o pai de Ana, Genivaldo Trombim, de 56 anos, precisa se dividir entre o trabalho com engenheiro eletricista autônomo e o acompanhamento da filha. “Ele precisa trabalhar para podermos pagar as contas, mas fica muito dividido em ficar longe de mim. Meu pai é meu maior alicerce, pois ele é muito forte e me acompanha desde as primeiras consultas. Quando preciso ter contato com os médicos é ele quem vai comigo”, comenta.

Para oferecer um pouco mais de tranquilidade ao pai e garantir o bem estar da família, a família de Ana Cláudia está organizando uma campanha de arrecadação de doações. A iniciativa partiu da prima Alessandra José Laurindo. A ideia inicial era arrecadar R$15 mil para auxiliar nos custos básicos como aluguel e alimentação durante alguns meses, mas, com o surgimento da necessidade das ampolas, a intenção é ir ainda mais longe. “Tudo que conseguirmos vai ser útil podermos investir nos custos do dia a dia e, se Deus quiser, em uma compra dos medicamentos. Não podemos ficar esperando”, afirma a prima.

Para Alessandra, a luta é ainda mais importante pela forma como a prima encara o problema. “A Ana é muito consciente. Ela gosta de saber tudo o que está acontecendo com seu corpo e se cuida muito. É comum que jovens se revoltem com a situação, mas a Ana não. Ela tem ainda mais cuidados do que os médicos pedem e tem muito amor a vida. Merece que lutemos por ela”, salienta emocionada.

Abrace a causa:

Os interessados em colaborar com a luta de Ana Cláudia e sua família podem participar da campanha do site  www.kickante.com.br/campanhas/todospelaana ou podem entrar em contato pelo telefone da jovem (48) 9655-8994.

Com informações do Portal Clicatribuna