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Laticínio é desinterditado e produtos são liberados

Várias crianças foram hospitalizadas com quadro de intoxicação após ingerir leite da marca Holandês

A empresa de laticínio Papenborg Laticínios Ltda (que comercializa a marca Holandês), de Biguaçu, foi liberada para voltar a produzir leite e derivados a partir desta semana. A desinterdição foi anunciada ontem.

Desde o último dia 21, dezenas de casos de crianças menores de 3 anos internadas com quadro de intoxicação foram notificados em municípios do litoral catarinense. Em Tubarão, três alunos de Centros de Educação Infantil foram hospitalizadas nestas condições. Um deles ficou uma semana na pediatria do Hospital Nossa Senhora da Conceição.

A investigação epidemiológica apontou para a ingestão de leite pasteurizado da marca Holandês. A contaminação foi comprovada através de análises laboratoriais em alimentos lácteos produzidos pela empresa antes o dia 21 de setembro. Os produtos produzidos a partir do dia 4 de outubro estão liberados para o consumo.

Todos os produtos recolhidos do comércio varejista e aqueles em estoque no próprio estabelecimento foram destruídos pela Cidasc e Vigilância Sanitária. No total, 35 toneladas de derivados e 27,5 toneladas de leite foram descartados.

A contaminação foi ocasionada por uma falha no processo de higienização dos equipamentos do estabelecimento, resultando na presença de substâncias potencialmente tóxicas no leite industrializado, devido às altas concentrações de nitrato e nitrito, detectadas em análises laboratoriais nos lotes produzidos anteriormente a 21 de setembro. Todas as amostras de leite e água coletadas após a correção das inconformidades resultaram negativas nas análises de nitrato e nitrito.

Produção volta ao normal ainda esta semana

De acordo com o médico-veterinário da empresa, Luiz Simas Custódio, a produção volta à normalidade nesta semana. Oitenta funcionários estavam paralisados há 14 dias. Diariamente, a empresa produzirá 30 mil litros de derivados e 20 mil litros de leite, provenientes de 660 produtores de Santa Catarina.

A empresa não revelou o prejuízo em reais e poderá ainda ser multada pelas intoxicações causadas. A Cidasc e a Vigilância Sanitária instalaram dois processos administrativos para analisar a ocorrência e ambos têm 90 dias para a conclusão.

Notisul