Segurança

Latrocidas têm primeira audiência marcada, em Criciúma

Eles são acusados pelo latrocínio que vitimou o Gerci Luiz Maccari, de 57 anos, na noite de 17 de julho, na área central de Criciúma, em um assalto a veículo.

Foto: Arquivo / Daniel Búrigo

Foto: Arquivo / Daniel Búrigo

O juíz substituto da 2ª Vara Criminal da Comarca de Criciúma, Marciano Donato, marcou a primeira audiência de instrução e julgamento do latrocínio que vitimou o extrusor Gerci Luiz Maccari, de 57 anos, na noite de 17 de julho, na Rua Domingos Bristot, área central de Criciúma, em um assalto a veículo.

O procedimento forense irá ocorrer na tarde de 10 de novembro, a partir das 14h, na sala de audiências da 2ª Vara Criminal. Testemunhas de defesa e de acusação serão ouvidas, assim como os réus Lucas Soares Fragoso, de 19 anos, e Antonio Wanderley dos Santos Júnior, de 20 anos, que serão interrogados caso todas as testemunhas compareçam. Eles seguem reclusos no Presídio Santa Augusta.

A dupla foi denunciada pelo promotor Luiz Augusto Farias Nagel, da 10ª Promotoria de Justiça, sendo aceita no mesmo dia pelo Poder Judiciário, através da juíza titular, Débora Driwin Rieger Zanini, por latrocínio (roubo com morte), além do porte ilegal de arma de fogo. Em caso de condenação, a pena pode ultrapassar 30 anos de reclusão. Não está descartada que a sentença poderá ser proferida ainda neste ano, caso não tenha a necessidade de uma segunda audiência.

Presos em flagrante pela Polícia Militar 14 horas após o crime, na região do Rio Maina, os réus confessaram o latrocínio e disseram que mataram a vítima porque ela teria reagido. O disparo foi efetuado por Lucas, do banco do caroneiro, após invadir o carro da vítima, conforme a denúncia.

"Durante a execução de tal subtração, o denunciado Lucas, sob a alegação de que a vítima Gerci teria reagido, desferiu um disparo que a atingiu no tórax e a fez cair sentada no banco do autómovel, aparentemente desmaiada. Ato contínuo, quando Lucas tentava retirar Gerci do veículo, este esboçou movimentar-se, tendo aquele, então, novamente disparado a arma, atingindo a cabeça da vítima, que caiu ao chão, já fora do veículo, provocando sua morte", descreve o promotor na denúncia.

O que também chamou atenção, tanto da polícia como do Ministério Público – MP, foi que, mesmo depois de terem matado o homem, eles seguiram à procura de novas vítimas para conseguir dinheiro, demonstrando frieza. "O denunciado Antonio Wanderley assumiu a direção do automóvel e, a bordo deste, ele e Lucas, na posse dos objetos que estavam no respectivo interior (dois celulares e a carteira da vítima), empreenderam fuga em direção ao Bairro Próspera, onde, após haverem desistido de encontrar novas vítimas, abandonaram o veículo. Na sequência, eles retornaram a pé e, ainda na posse conjunta de arma de fogo, para a residência comum de ambos, na qual tranquilamente dormiram", anotou o representante do MP.

Outros casos já estão no Fórum

Após a prisão, os réus foram identificados e confessaram envolvimento em outros crimes que ocorreram dias antes na cidade. Um deles foi um assalto a veículo na área central, nas proximidades de onde ocorreu o latrocínio, onde um rapaz foi rendido pela dupla, chegou a ser agredido com uma coronhada, e teve o carro levado. Com o veículo roubado, 45 minutos depois, a dupla assaltou uma farmácia no Bairro Próspera, onde um vigilante foi alvejado a tiros. Além disso, eles também assaltaram um idoso de 75 anos e agrediram a vítima no Bairro Pinheirinho, levando seus pertences. Por esses casos, os acusados foram indiciados por dois roubos majorados e um latrocínio tentado contra o vigilante. Os inquéritos policiais já estão no Fórum.

Segundo informações constatadas na denúncia, em meados de 2015, Lucas, que é natural de Curitiba, mas residia na cidade de Ponta Grossa, no Paraná, onde adquiriu um revólver calibre 38, com numeração raspada,  trouxe a arma de fogo quando veio, pouco depois, residir em Criciúma. No início deste ano, Antonio Wanderley, natural de Porto União – SC, amigo de Lucas, veio também de Ponta Grossa para morar com o colega. "Ocorre que, no início do último mês de julho, os denunciados, pretendendo obter dinheiro fácil, iniciaram a prática de crimes nesta cidade, sempre usando daquele revólver do qual haviam passado ambos, residentes na mesma casa, a exercer de forma compartilhada", explica o promotor nos autos.

Com informações do Portal Clicatribuna