Educação

Lei Rouanet

Foto: Divulgação

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Por ocasião da polêmica sobre a extinção do Ministério da Cultura pelo presidente em exercício, vieram à tona muitas verdades sobre a conhecida Lei Rouanet, criada na melhor das intenções, mas com o tempo transformou-se em verba para atender interesses políticos, lamentavelmente.

A decisão do novo presidente gerou conflitos e trouxe para protestos de ruas artistas renomados, que escondiam atrás da “revolta” na defesa da cultura o medo de perderem os favorecimentos pessoais com projetos absurdos que lhes rendiam quantias consideráveis em dinheiro. As redes sociais exerceram sua função de informar a podridão que havia por baixo dos tapetes.     

Sou adepta às redes, pois são maneiras rápidas de levar a informação, porém, defendo o respeito às diversidades de pensamentos, o direito de argumentar educadamente e a responsabilidade com o que se posta, curte, comenta e compartilha. Costumo ler o conteúdo da cada postagem para então comentar com o intuito de acrescentar meu ponto de vista, concordando ou discordando com argumentos pensados, e, se achar interessante, que mais cidadãos se apoderem de tal conhecimento faço compartilhamento.

E em algumas postagens sobre o assunto em pauta, recebi duras críticas, inclusive, que eu não sabia o que era “Lei Rouanet”, chamando-me de ignorante. Passados alguns dias, resolvi expor aqui uns poucos exemplos, uma pequena mostra da “pouca vergonha”, em nome da lei da cultura, praticada por artistas famosos que não precisariam de recursos públicos para sua projeção, e também para patrocínio de entretenimentos internacionais. Meu espaço é limitado, mas quero, com isso, despertar a curiosidade do leitor para que pesquise, informe-se e descubra o destino de grande parte do dinheiro público que falta à saúde, à educação, à segurança… Confira alguns dos abusos:

O maior produtor teatral do mundo o “Cirque Du Soleil” teve, em 2005, aprovada a captação de recursos no valor de R$ 9,4 milhões. Acha que é mentira? Então pesquise… Alegando que o mundo precisa de poesia, em 2011 o Ministério aprovou recursos de R$ 1,35 milhões para Maria Bethânia usar sua voz lendo diariamente em vídeo uma poesia em seu blog. Felizmente não se concretizou.  Em 2014, foi aprovado um incentivo de R$ 4,1 milhões para a realização de uma turnê de Luan Santana em diversas cidades do país. Ele precisa disso? Cláudia Leitte, em 2013, teve projeto aprovado para captar quase R$ 6 milhões para a realização de doze shows em cidades das regiões Norte. Precisa? Também em 2013, o grupo Detonautas Roque Clube teve aprovado o valor de R$ 1 milhão para a realização de uma turnê em 25 cidades do país. Inacreditável… Convém lembrar que qualquer cidadão que queira assistir um show desses famosos tem de desembolsar uma quantia significativa para a compra do ingresso. E, assim como esses, existem outros tantos, que deixo no interesse do leitor para buscar informações.

Assim, a proposta da lei que era “assegurar e conservar o patrimônio histórico e artístico no país por meio do estímulo à difusão da cultura brasileira e da diversidade regional” passa a ser uma forma de usar o dinheiro público para patrocínio privado. Enquanto isso, faltam leitos nos hospitais, empresas estão fechando, milhões de brasileiros desempregados… Onde estão os ignorantes?