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Mamaço visa naturalizar o ato, em Tubarão

O evento também contou com uma roda de conversa sobre a maternidade e o feminismo.

Feminismo, maternidade, gênero e o papel paterno foram alguns dos temas abordados durante uma roda de conversa promovida pelo Coletivo Feminista Tubaronense – Plena e pela Fundação Municipal de Cultura e Esporte. A troca de informações ocorreu sábado, às 10 horas, no Museu Willy Zumblick, no Centro de Tubarão.

O objetivo do encontro é criar um espaço onde as mulheres se sintam a vontade para compartilhar seus anseios e debater temas. A campanha intitulada “#CoisaDeMãeÉ” foi estabelecida para trazer reflexão sobre o trabalho exercido pela figura materna.

Temas como respeitar as diversas formas de ser mulher, decidir sobre o parto, criar os filhos de forma igual e definir onde trabalhar integraram os tópicos discutidos. De acordo com a doula e integrante do coletivo feminista, Fabiola de Souta, a Plena visa fazer um trabalho de educação e conversa sobre essas questões.

“O evento propôs uma reflexão sobre a construção do mito fêmea maternal que a sociedade impõe a todas as mulheres. Ou seja, entende-se que a visão sobre a maternidade precisa ser mais compreensiva, igualitária e com menos tabus”, explica a coordenadora municipal de Promoção da Igualdade Racial de Tubarão, Aleida Cardoso Corrêa.

“O renascimento do parto”

O documentário “O renascimento do parto” também foi exibido. O filme retrata a grave realidade obstétrica mundial e, sobretudo brasileira, que se caracteriza por um número alarmante de cesarianas ou de partos com intervenções traumáticas e desnecessárias para as mães e os bebês. A mostra tem o intuito de alertar às futuras parturientes de que o Brasil tem uma taxa de 40% de cesáreas no Sistema Único de Saúde – SUS, 84% no privado e é um dos países mais lentos para diminuir a mortalidade maternal, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS.

O tabu do aleitamento materno

Após o encontro, as participantes se reuniram na Praça Sete de Setembro para promover um “Mamaço”. Esta é uma ação de incentivo à livre amamentação em público e desconstrói a ideia de que o seio é somente um objeto sexual. “No Brasil já existem leis, em algumas cidades, que impedem estabelecimentos públicos, por exemplo, de proibir a amamentação em seus espaços. Mas ainda tem muito preconceito, as mulheres são olhadas com cara feia. O corpo feminino ainda possui esse aspecto sexual, em vez de ser visto como uma nutrição para o filho”, lamenta Fabiola.

O ato ocorreu na Praça Sete de Setembro e contou com a participação de dezenas de mães e seus bebês. 

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