Saúde

Mamas do amor: confecção de carinho e autoestima; Veja vídeo

Resgatar a autoestima e oferecer uma alternativa gratuita de próteses mamárias externas a mulheres mastectomizadas por conta de câncer de mama é o que move a jornalista Tharcila Werlich. Desde o segundo semestre de 2016, ela se dedica a confeccionar próteses mamárias feitas de meias finas e sementes de alpiste. “Carinhosamente apelidadas de mamas de amor, mamas de autoestima, ou mamas de alpiste”, completa ela.

A produção não tem fins lucrativos e se mantém integralmente com a doação de materiais e com investimentos próprios da jornalista. “É muito simbólico. As mamas são o maior símbolo de feminilidade da mulher. Cabelo, cílios e sobrancelhas caem e aí se perde uma ou as duas mamas. É um carinho que busco proporcionar a elas em um momento em que a autoestima está tão fragilizada”, detalha.

A mastologista Beatriz Althoff explica que a prótese mamária externa é necessária quando não há indicação de reconstrução mamária imediata e que é essencial para estabilizar a autoestima da paciente. “É comum algumas mulheres terem que usar por anos próteses externas, por que não há recomendação de realizar a reconstrução imediatamente. Isso é um choque para elas. Há a preocupação de que vai aparecer que não tem mama, que as pessoas vão reparar. Elas procuram muito isso e tem dificuldade em encontrar e comprar, por isso a importância desse projeto. Trabalhar a autoestima dessas mulheres é essencial para o bom curso do tratamento”, dispara a mastologista.

Somado aos obstáculos psicológicos e físicos da doença, as pacientes que não são submetidas à reconstrução mamária imediata se deparam com próteses externas de silicone caras e com a queixa de que não se encaixam bem ao corpo. “Algumas mulheres não se importam, mas outras não querem sair lisas, sem volumes nos seios. A sensação é que todos reparam na diferença. Além disso, muitas mulheres não tem condições financeiras de comprar as de silicone, nem o sutiã para abrigar a prótese. Outras falam que desse tipo ‘corre’ e não se encaixa”, explica Tharcila.

Experiência na pele

A iniciativa surgiu após Tharcila sentir na pele as dificuldades da pós-mastectomia. Do momento difícil, veio à tona a resiliência para enfrentar o período e ainda auxiliar e encorajar outras mulheres. “Minha psicóloga comentou sobre as próteses de alpiste depois que retirei uma das mamas. Eu mesma quis fazer as minhas. Depois disso, passei a produzir em casa e distribuir a entidades e pessoas que tem contato direto com mulheres mastectomizadas”, detalha ela, salientando que já fez entregas à Rede Feminina de Combate ao Câncer de Mama de Içara, Setor de Oncologia do Hospital São José e pretende ampliar a distribuição a Casa Maria Tereza, Unimed, Rede Feminina de Câncer de Mama de Criciúma e a quem se interessarem e tiver contato com as pacientes.

Anatômicas, macias e inodoras, as mamas de alpiste podem durar até um ano. “Com os devidos cuidados de não molhar, deixar arejando um tempo após o dia de uso. Até ir a praia e tomar banho é possível. Basta embalar a mama em uma camisinha. Tudo isso é para afetar o mínimo possível a rotina e autoestima dessas mulheres”, dispara.

Doações são bem vindas

De acordo com Tharcila, uma perna de meia fina rende quatro mamas. A confecção das mamas externas de alpiste é feita dos números 40 ao 52. Mesmo que a mulher tenha retirado apenas uma mama, ela doa o par. “Porque ela pode revezá-las e prolonga o uso até dois anos”, complementa.

Meias finas usadas e com fios puxadas podem ser reutilizadas. “Eu faço a higienização e reaproveito tudo. Aproveito tudo que é tipo de meia, menos aquelas mais grossas que impossibilitam os nós. Porque os nós são alusivos aos mamilos dos seios. Todas as doações são bem vindas”, dispara.

Para doações de materiais ou encomendas, entrar em contato com Tharcila pelo telefone (48) 99106 1790.

Com informações do site Clicatribuna

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