Política

Manifestantes voltam às ruas em Criciúma

Foto: Mayara Cardoso/Clicatribuna

Foto: Mayara Cardoso/Clicatribuna

Centenas de manifestantes voltaram neste domingo às ruas em Criciúma pedindo, mais uma vez, uma mudança na política do país. Com gritos e faixas com pedidos de impeachment, fim da corrupção, entre outras reivindicações, os manifestantes começaram a chegar por volta das 14h30min. Embora com número bem menor de participantes, uma passeata saiu, por volta das 16h, do Parque das Nações Cincinato Naspolini, e seguiu até o Terminal Rodoviário. A estimativa da Polícia Militar é de que aproximadamente mil pessoas tenham participado do evento, porém a organização estima de dois a três mil participantes. Mais uma vez o protesto foi pacífico e reuniu crianças, jovens, adultos e muitos idosos fazendo suas demonstrações de descontentamento.

As amigas Vanda Bento Rovarias e Teresinha Josefino Araújo, ambas de 70 anos, foram quase as primeiras a chegar ao Parque para a manifestação. Animadas, com bandeiras nas mãos, rostos pintados e discursos na ponta das línguas, as senhoras afirmaram que saíram de casa com o objetivo de “conquistar um país melhor”. Para Vanda, que comenta já ter viajado pelo mundo todo, o desejo é de poder se orgulhar do governo do país em que vive. “Hoje sinto vergonha da situação que vivemos. Estão roubando do povo com todos esses escândalos”, comenta. Para ela, o desrespeito com os aposentados é desanimador. “Sou aposentada e não ganho nem para comprar meus remédios. Meu benefício teve reajuste de 5% e os remédios aumentaram 10%. Não dá para acreditar. Realmente precisamos acabar com essa robalheira”, reclama.

Na opinião de Teresinha, a mudança precisa iniciar nos valores pessoais de quem está no poder. “Precisamos de uma mudança profunda. As pessoas precisam se informar mais e não votar simplesmente em quem consideram bom. Acabamos elegendo pessoas incapazes e ficamos nesse ciclo”, comenta a aposenta que completa dizendo que “todos são uma pedrinha em um grande mosaico. Cada um tem o seu papel e precisa cumpri-lo direito para que não se transforme em uma grande bagunça. Estamos nas ruas cumprindo o nosso dever e tudo vale a pena quando é para benefício do povo”.

Participantes repetem reivindicações

O aposentado Lucio Nüernberg, de 76 anos, entrevistado pelo Jornal A Tribuna na primeira manifestação, que ocorreu nacionalmente no dia 15 de março, voltou ao Parque das Nações e à Avenida Centenário com seu cartaz, pronto para uma nova “guerra”. Para ele, é necessário que cidadãos de todas as idades saiam as ruas e cobrem incansavelmente as mudanças que consideram necessárias. “Voltei porque a ideia ainda está viva. Precisamos fazer uma limpeza e não podemos desanimar. Voltarei quantas vezes for preciso. É impossível ficar como está”, comenta.

Organização comemora prepara próximo ato

Apesar de o número de participantes ter ficado abaixo do esperado, a organização não lamenta o resultado. Conforme uma das líderes do Movimento Brasil Livre (MBL) em Criciúma, Ana Ferreira, a avaliação muito positiva. “Inicialmente nos assustamos com o número pequeno, mas as pessoas foram chegando e essa participação já foi muito bonita. Cumprimos nosso papel e sabemos que quem participou é porque realmente está engajado na mudança desse país”, declara.

O próximo passo dado pela organização das manifestações por todo o Brasil deve ser uma viagem à Brasília. Conforme Ana,  os líderes nacionais do movimento já sinalizam a intenção de unir representantes de todo o Brasil e seguir até a capital, na sede do governo, para outro tipo de manifestação.  “O nosso coordenador nacional irá fazer uma caminhada rumo a Brasília. Ele irá passar a pé por algumas cidades chamando os grupos para se juntarem a causa e seguirem também. A intenção é que o coordenador chegue na capital e imediatamente caravanas de todo o país se juntem a ele. Criciúma com certeza fará parte dessa mobilização histórica”, afirma.

De acordo com a líder, essa é a aposto do grupo para conseguir a renúncia da presidente Dilma Rousseff. “Será nossa cartada final. Só sairemos de lá com a presidenta sair do poder. Ela não nos representa mais. Teremos, ainda em maio, a maior revolução que o mundo já viu”, comenta Ana.

Com informações do Portal Clicatribuna