Política

Márcio Búrigo fala sobre retorno, volta do secretariado e relação com Salvaro

Prefeito falou sobre a mais nova reviravolta política da cidade

Foto: Mariana Noronha / Portal Engeplus

Foto: Mariana Noronha / Portal Engeplus

O prefeito de Criciúma, Márcio Búrigo, retornou para Criciúma na noite dessa quarta-feira (25) após uma viagem para Brasília. Nesta quinta-feira (26) Búrigo realiza uma agenda de entrevistas nas redações dos veículos de comunicação.

No Portal Engeplus, o novo chefe do Executivo criciumense conversou sobre a mais nova reviravolta política da cidade que surpreendeu a população, sobre os próximos passos, o retorno de secretariado e a relação com Clésio Salvaro, que havia assumido a prefeitura no início de janeiro.

Acompanhe a entrevista:

Portal Engeplus: Qual foi o intuito da viagem do prefeito até Brasília?

Márcio Búrigo: Nos reunimos com advogados em Brasília, realizamos várias reuniões. Na terça à tarde fui ao Supremo Tribunal Federal (STF), pedi uma audiência com o ministro Luiz Fux, mas fui recebido pelo chefe de gabinete dele.

Não pedi pelo Márcio, mas sim pela cidade. Criciúma está entre os 150 maiores municípios do país e é a oitava economia do Estado. Queria que ele levasse isso ao ministro. Fui pedir que colocasse em votação essa pendência jurídica instalada em Criciúma.

O assunto foi considerado de alta gravidade. O ministro levou o processo para a casa para estudar. Voltei de Brasília na quarta-feira e, quando cheguei em Florianópolis, no fim da tarde, ele já tinha tomado a decisão e deu por encerrada essa discussão.

PE: Agora, com essa nova definição o prefeito acredita no retorno de Salvaro?

MB: Meus advogados acham muito difícil, pois qualquer processo passará pelo relator Luiz Fux, ou seja, ele não vai desdisser aquilo que já disse. No meu entendimento, o pedido que o Clésio tem de mexer na Lei da Ficha Limpa não será acatada pelo STF.

PE: De volta ao Paço Municipal, quais serão os próximos passos?

MB: A recomposição da nossa administração. Trazer de volta os secretários que foram escolhidos pelos critérios técnicos, pela competência, não pela indicação política partidária. Que eles venham com empenho redobrado. Vamos colocar na rua tudo aquilo que estávamos realizando nos primeiros anos do nosso governo.

PE: Até todo secretariado retornar levará um período de quanto tempo?

MB: Eles devem voltar e reestruturar suas equipes. Acho que uns 30, 40 dias para voltar a normalidade. Isso vou começar a ver hoje à tarde, já vou convocar uma reunião. Alguns secretários vamos estudar se eles voltarão ou não, vamos fazer uma reflexão.

PE: O governador Raimundo Colombo e o vice Eduardo Pinho Moreira entraram em contato com o prefeito?

MB: Fiquei muito feliz ao receber a ligação dos dois me convidando na semana que vem para uma reunião, ratificando todos os compromissos que eles tinham com a cidade de Criciúma, inclusive, em relação ao auxílio financeiro. Recebi também ligações de deputados estaduais e federais de várias siglas.

PE: Como ficará o contato com o vice-prefeito, Verceli Coral, um dos aliados de Clésio Salvaro?

MB: O vice-prefeito não merece ser tratado como me trataram. O Coral tem o respaldo da população, foi leito junto comigo. Vou dar tarefas e ele pode ou não querer fazer. Ele vai definir se fará ou não. Eu sei das competências e como ele pode ajudar a cidade de Criciúma.

PE: O prefeito teve algum contato com Clésio Salvaro?

MB: Não. A partir de ontem todos os ataques, as falas direcionadas a mim elas fazem parte da história da cidade e estão esquecidas. Vou orientar que o meu secretariado não revide. Nós temos é que trabalhar, é isso que o provo espera de nós. Não quero discutir questão política, de ataques. Quero discutir de novo a retomada da administração.

PE: O prefeito tem o conhecimento das questões burocráticas de como será a volta ao Executivo?

MB: O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Santa Catarina deve abrir na parte da tarde, os meus advogados estarão lá. O ministro pediu para ir ao TRE. É uma questão de horas, hoje ou amanhã já serei notificado. Não sei se vai haver posse, diplomação, pois se ele validou a minha eleição eu já tive posse. Ainda não sei como será.

PE: Com esse processo de insegurança política inciada logo nos primeiros dias de 2015, o que a cidade perde?

MB: A cidade perde muito. Estava com uma sequência de passos para os quatro anos de governo. Vou perder 90 dias, vou ter que retomar as conversas com o Governo do Estado, que fechou as portas para a cidade. Eles confirmaram ontem todo propósito de ajudar a cidade de Criciúma, com os investimentos. Criciúma com recursos próprios têm muita dificuldade para colocar projetos em prática.

PE: Alguns projetos foram encaminhados neste período, o que mais chamou a atenção foi o projeto para a extinção da Guarda Municipal. Estes projetos continuam?

MB: A decisão já está tomada. Todos os projetos que foram encaminhados para a Câmara de Vereadores imediatamente voltarão ao Paço Municipal, quando eu tomar posse. Cada um deles será analisado pelos novos secretários. Dois não voltarão para o Legislativo. O primeiro é sobre a reforma administrativa e o segundo é sobre a extinção da Guarda Municipal, que foi para a Câmara de Vereadores sem passar pela corporação e pela população. Meu jeito de governar é diferente. Nada será empurrado goela abaixo.