Segurança

‘Mataram minha filha’: família acusa maternidade de negligência após morte de bebê em SC

Bebê ficou duas semanas internada na UTI antes de morrer, enquanto a mãe sofreu uma ruptura uterina e pode correr riscos em caso de uma nova gravidez

Foto: Marcelo Thomazelli

No quarto de Pietra, o berço está arrumado. O armário segue repleto de roupinhas e os pacotes de fraldas continuam fechados. A bebê tão esperada pelos pais, no entanto, nunca chegou a conhecer a casa em que iria morar em Joinville, no Norte de Santa Catarina.

Pietra Manuella morreu após 13 dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Maternidade Darcy Vargas, no que os pais descrevem como um caso de negligência da unidade contra a criança e contra a mãe, que sofreu uma ruptura uterina.

A gravidez foi tranquila, sem imprevistos. No dia 11 de junho, com 39 semanas de gestação, Beatriz Tina Bisewski foi até a maternidade e esperava que o parto de Pietra fosse cesárea, uma vez que esse já tinha sido o método usado para dar à luz sua primeira filha, Agatha, de 4 anos.

Porém, não foi isso que aconteceu. “O que eu passei foi um terror. Não cheguei a ter parto normal, sabia que tinha algo errado ali”, lembra a mãe. Ela conta que sentia muitas dores e chegou a pedir pela cesárea.

“Senti quando deram anestesia, a dor passou, eu fui andar, fui para a bola, depois voltei para a cama e dormi um pouco. Quando acordei, a médica perguntou se tinha dado para relaxar e eu disse que sim. Então, ela disse que ia dar um medicamento, a ocitocina, porque as contrações tinham que voltar para eu ter dilatação. Eu senti que algo ficou anormal na minha barriga”, conta Beatriz.

Ela acabou tendo uma ruptura uterina e teve de ser levada às pressas para uma cesárea de emergência. “Eles não estavam mais escutando o batimento, pediram para eu levantar rápido, começaram a me puxar. Cheguei na metade do caminho, parei e falei ‘não vou aguentar, vou desmaiar, estou com vontade de vomitar’, mas falaram que tinha que chegar urgente para a cesárea de emergência”, relembra.

As lembranças sobre os momentos na sala de cirurgia são embaralhadas. “Me sentaram na cama, lembro que eu falei que não ia aguentar e que vomitei e já não lembro de mais nada. Quando voltei, os médicos diziam ‘a gente está perdendo os sinais dela’”, fala Beatriz.

Pietra nasceu grande, resultado de uma gestação saudável, mas sem batimentos cardíacos. “Foi negligência no pré-parto. Eles tentaram abafar o caso, deixaram eu entrar na cesárea e disseram ‘a sua filha nasceu morta, reanimamos ela e os batimentos voltaram, mas ela está sem oxigênio no cérebro”, conta o pai da bebê, Ronaldo da Rosa.

A pequena foi levada à UTI, como mostra a foto em que aparece com a roupinha decorada com a frase “presente de Deus”, que hoje ocupa o berço vazio na casa da família. Após 13 dias, no entanto, não resistiu. “Eles mataram a minha filha”, desabafa o pai.

O casal sonhava ter outra filha para completar a família. Porém, além de sofrer com a perda de Pietra, a mãe ainda teve que reconstruir o útero, o que tornaria arriscada uma nova gravidez.

Com informações do ND+

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