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Maternidade x Carreira: é possível conciliar?

Master coach dá dicas para mulheres que desejam equilibrar a vida

Foto: Divulgação

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A relação entre homens e mulheres ainda é desigual no mercado de trabalho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto eles representam 57% dos postos formais no país, elas ocupam 43%. Em setores como a indústria e a construção civil a discrepância é ainda maior, com cerca de 90% de presença masculina.

Os dados podem até incomodar, mas já não intimidam mulheres cada dia mais competentes e competitivas. No entanto, a ascensão profissional pode impactar diretamente a vida pessoal delas, ou vice-versa, principalmente quando o assunto é maternidade. Casada há seis anos, a jornalista Caroline Bortot é um exemplo. Ano após ano, a decisão de ser mãe é adiada em função de uma rotina intensa. “Já pensei em reduzir minha carga horária para tentar conciliar família e trabalho, mas ainda estou insegura”, admite.

Já a estudante Daniela Arnold Mäder não teve dúvidas ao largar a advocacia para se dedicar à gravidez. Aproveitou a nova condição para repensar sua vida profissional e resolveu investir no segmento acadêmico. Prestes a finalizar um mestrado, ela já faz planos para retornar ao mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, se dedicar à família. “Toda decisão traz consigo consequências. Não tenho arrependimentos, mas confesso que foi duro ser julgada por mulheres que não respeitaram minha decisão”, desabafa.

Grávida de cinco meses e mãe de um menino de cinco anos, a master coach, psicóloga e empresária Letícia Zanini ajuda, diariamente, mulheres a lidarem com esse dilema através de sua vivência pessoal e técnicas de life coach. De acordo com ela, mais que a opinião de terceiros, são os diálogos internos que alimentam o medo e a culpa, além de reduzir nossas potencialidades. “A ciência comprova que 95% das nossas percepções sobre a realidade são equivocadas. Para atenuar o medo e a culpa, devemos nos basear no que é real. Um exemplo é a mãe que trabalha, mas tem momentos de qualidade diários com o filho. Ela não está 24 horas presente, mas quando está se dedica 100% à criança”, explica.

Para as mulheres que desejam equilibrar as vidas familiar e profissional, a master coach e psicóloga dá as seguintes dicas:

-Não existe escolha certa ou errada, mas aquela que alimenta mais os seus valores de vida (realização pessoal e profissional);

-Aceite a condição de imperfeição. Ninguém é 100% eficaz o tempo todo;

-Seu filho não conhece outro modelo de mãe que não o seu, portanto não seja tão crítica, faça o melhor dentro de suas possibilidades;

-Ser uma mãe responsável é dar respostas às situações, mas isso não quer dizer que você não pode contar com ajuda. Converse com seu parceiro e peça suporte;

-Crie uma rede de relacionamentos para ajudá-la nas tarefas diárias, deixe os avós, tios, parentes e amigos íntimos participarem do dia a dia da criança;

-Saiba diferenciar o que é circunstancial, importante ou urgente no seu relacionamento familiar, assim poderá lidar melhor com as expectativas de todos;

-Estado de presença não se mede pela quantidade, mas pela qualidade do tempo. Se você vai precisar trabalhar até mais tarde hoje, compense seus filhos com carinho e atenção amanhã;

-A ocasião faz a oportunidade. Que tal repensar sua carreira e empreender? Trabalhar em home office é uma excelente opção para estar mais perto da família;

-Baseie seus pensamentos em evidências e não em achismos. Isso aumenta a culpa e o medo. Não esqueça que somos mais críticos do que positivos por natureza;

-Planeje seu dia a dia e se comprometa a cumprir suas metas, assim otimizará seu precioso tempo;

-Você pode ouvir a opinião dos outros, mas tenha autonomia para decidir com base em suas próprias crenças e desejos;

-Se ainda não é mãe, não sofra por antecipação. Quando nasce o filho nasce a mãe e você saberá redefinir suas prioridades de vida.

Colaboração: Nazario & Bortot Comunicação