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Médicos de Criciúma realizam primeiro transplante ósseo do Sul de SC

Procedimento é de alta complexidade e, além de técnica apurada, exige logística adequada

Divulgação

A Ortopedia de Criciúma teve um marco histórico nesta semana com a realização de uma cirurgia inédita e que abre novas possibilidades para pacientes com problemas ortopédicos. Um transplante de tecido ósseo foi realizado pela equipe da Levve Ortopedia no Hospital São José para viabilizar a colocação de uma prótese em uma mulher de 60 anos. A paciente havia sofrido um acidente de carro e, desde então, estava acamada. “Ela teve perda óssea no quadril, o que impedia de colocar uma prótese. Logo após o transplante, ela já conseguia sentar e ir ao banheiro sozinha, por exemplo”, explica o cirurgião Fernando Lupselo, especialista que comandou o procedimento e quem coordena a equipe de transplantes ósseos no Hospital São José.

Realizar transplante ósseo e resgatar a qualidade de vida dos pacientes com perda óssea no quadril é um processo que envolve técnica apurada, logística e uma rede de instituições envolvidas. “Para chegar ao dia de hoje, foram quase três anos de caminhada, entre reuniões com conselhos de saúde, documentações, comprovação da formação médica do transplantador, vistoria da estrutura técnica e, principalmente, atualização médica contínua”, conta o Dr. Fernando Lupselo. “É um marco importante por tratar-se de um procedimento de extrema dificuldade, que exige equipe treinada e capacitada para manejar tecido ósseo para transplante, estrutura hospitalar para transporte e manipulação desse tecido e por normalmente tratar-se de patologias graves e complexas”, detalha.

O processo para a cirurgia desta semana foi iniciado no Rio de Janeiro. É lá onde está o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), onde está o banco de ossos que atende a outras localidades do país. Após a coleta do tecido ósseo do doador são necessários seis meses para processar o material e deixá-lo adequado para os transplantes. Todos os componentes são armazenados no próprio INTO e, quando necessário, transportados por via aérea para o local onde será realizado o transplante. Após a saída do Rio de Janeiro, o material precisa ser transplantado em no máximo cinco horas ou ficar armazenado a -80º. Em Santa Catarina, o SC Transplantes é responsável por esta logística. No caso da cirurgia realizada pela equipe da Levve Ortopedia no Hospital São José, o material chegou no aeroporto de Florianópolis e veio direto a Criciúma para a cirurgia.

Além da logística, é necessário ter profissionais com especialização em transplante ósseo. No Sul de Santa Catarina, os doutores Fernando Lupselo e Mário César Búrigo Filho são os únicos habilitados a realizar este tipo de procedimento, que envolve também enxerto de tecidos para reconstruções ligamentares complexas. A cirurgia foi coordenada por Lupselo e teve o apoio de mais três cirurgiões ortopédicos, os Drs. Mário César Búrigo Filho e Marcelo Baggio, também da Levve Ortopedia, e o Dr. Rodrigo Kunz de Porto Alegre que veio acompanhar e auxiliar o procedimento.

A primeira paciente de transplantes ósseos em Criciúma ficará por até cinco dias no hospital para acompanhamento pós-cirúrgico. Ela passará por um protocolo de reabilitação, mas a expectativa do Dr. Lupselo é que em dois meses já esteja apta para atividades rotineiras. A partir de agora, mediante autorização prévia e liberação de tecido ósseo pelo INTO, outros pacientes do Sul de Santa Catarina poderão se beneficiar do procedimento realizado pela Levve Ortopedia no Hospital São José.

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