Geral

Meteorologia acredita que estragos em São Joaquim foram provocados por microexplosão

Fenômeno aconteceu na noite de segunda-feira e, inicialmente, suspeitou-se de um tornado

Foto: Wagner Urbano/On Jack

Foto: Wagner Urbano/On Jack

O forte temporal que assustou os 25 mil moradores de São Joaquim, na Serra Catarinense, no início da noite de segunda-feira, deve ter sido uma microexplosão, e não um tornado, como se suspeitou inicialmente. O vento chegou a 86 quilômetros por hora na cidade, e os prejuízos, ainda que bem localizados, são contabilizados. 

A microexplosão, relativamente comum e originada nas nuvens cumulus nimbus, as mesmas que formam os tornados, ocorre quando uma forte rajada de vento sai da base da nuvem em direção ao solo, como uma grande força de cima para baixo. 

Entre algumas características que levam a cogitar a microexplosão, o meteorologista Leandro Puchalski, da Central RBS de Meteorologia, após analisar imagens dos estragos em São Joaquim, destaca as paredes em pé e o telhado caído no centro de um galpão, dando a entender que algo empurrou o teto para baixo. Ele lembra que, no caso de um tornado, o telhado voaria longe e a estrutura de zinco do barracão ficaria retorcida a exemplo de uma toalha molhada. 

Entre o início da noite de segunda e o fim da manhã desta terça-feira, o Corpo de Bombeiros havia atendido uma única ocorrência. Foi no Bairro Boa Vista, onde uma árvore caiu sobre uma casa desabitada. Outra residência, na localidade de Lomba, a 20 quilômetros do Centro, ficou destelhada e os moradores precisaram cobrir o imóvel com uma lona. 

Nas proximidades da vinícola Villa Francioni um galpão de tijolo desabou e aproximadamente 15 araucárias foram arrancadas do solo com raiz. Já na área industrial, em direção a Bom Jardim da Serra, três barracões de empresas de maçã foram danificados. Na mesma região, fios de alta tensão caíram sobre a SC-114, mas a rodovia foi liberada ainda durante a noite. 

Conforme matéria do Diário Catarinense, técnicos da Defesa Civil de São Joaquim e Lages fazem um levantamento dos danos em toda a cidade para apresentar um relatório ao prefeito Humberto Brighenti, que avaliará a necessidade de decretar situação de emergência no município. Não há feridos ou desabrigados. 

"Se a região atingida fosse residencial, teríamos danos materiais e pessoais", diz o soldado Edson Figueiredo, do Corpo de Bombeiros de São Joaquim, cuja rotina de trabalho está normal nesta terça-feira.