Queda ocorrida na Serra do Rio do Rastro, na tarde de domingo (28) foi amenizada pelo mato da região
Um dia após cair de cerca de 30 metros de altura, o equivalente a um prédio de 10 andares, Isadora Morales continua muito assustada com tudo o que aconteceu. A menina de 8 anos ainda está internada no Hospital Infantil Seara do Bem, em Lages. Apesar da gravidade do acidente, um dos únicos ferimentos é um corte na cabeça, onde recebeu cinco pontos. “Foi um horror”, disse a menina ao ser entrevistada pela jornalista Larissa Vier do site G1 Santa Catarina, na manhã desta segunda (29).
O pai e a mãe aproveitaram o domingo de sol para levar a única filha para conhecer um dos cartões postais da região serrana. A família deixou o mirante oficial e foi até uma outra área onde diziam ter uma vista melhor das curvas. Na volta, Isadora teria pisado em um buraco e caiu. “De repente ela sumiu dos nossos olhos”, conta a mãe Sueli de Fátima de Jesus.
A mãe relatou os momentos de angústia depois da queda. “Meu marido queria se atirar também. Imagina o desespero de um pai ao ver a filha caída em um precipício”, conta. O socorro chegou em cerca de 45 minutos. A mãe diz que foram momentos de pânico até a chegada dos bombeiros. De cima da serra, os pais tentavam acalmar a filha, que estava em cima de uma pedra.
Por volta de 17h deste domingo (28), a criança caiu do mirante da Serra do Rio do Rastro. A queda foi amenizada pelo mato da região. Depois do resgate, que foi feito por rapel pelos bombeiros de Orleans, a menina recebeu o primeiro atendimento médico em Bom Jardim da Serra. Ela foi transferida para Lages por volta das 23h, onde passou por vários exames. Isadora permaneceu internada, sob observação. “O quadro dela é estável. Ela teve muita sorte” diz o médico Pablo Knihs, que é diretor técnico do hospital.
Apesar da alegria ao saber que a menina está bem, a mãe não se conforma com a falta de segurança do local. Ela diz que não havia placas dizendo que a área tinha o acesso proibido e que isso deveria ser informado. Esta segunda-feira (29) é o primeiro dia de aula depois das férias de inverno. A menina diz estar ansiosa pra voltar a escola e retomar a rotina depois do susto. “Quero estudar, ver minha professora e minhas amigas”, fala.
O pai da menina, Humberto Morales, contou que a tragédia ocorreu em segundos e que achou que havia perdido a filha. "Eu escutei um barulho e ouvi o ‘ai’ dela, me joguei atrás e fiquei pendurado. Vi que não poderia fazer nada e daí voltei gritando para a minha esposa que tínhamos perdido ela. De repente apareceu um cidadão e falou que tinha ouvido a voz dela, aí nos acalmamos e acalmamos ela por mais de uma hora até que veio o resgate", explicou Morales.
Conforme a reportagem, o G1 tentou contato com a Prefeitura de Bom Jardim da Serra, mas até as 13h30min não obteve retorno sobre a sinalização do local.