Segurança

Morador de Araranguá é suspeito de aplicar golpe milionário em pelo menos 300 pessoas

Delegado Fernando Lúcio Mendes, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Araranguá. (Foto: Renan Medeiros)

Já imaginou investir o seu dinheiro de modo que ele renda 25% ao mês? Se fosse possível, com R$ 1 mil aplicados mensalmente, em dois anos o investidor já teria acumulado quase R$ 1 milhão. Em menos de cinco anos, viria o primeiro bilhão.

Essa era a promessa de um homem de 37 anos, morador de Araranguá, que criou um negócio na internet oferecendo retornos fora da realidade a quem fizesse aplicações. Agora, os “investidores” não conseguem mais resgatar o dinheiro e a Polícia Civil investiga o caso.

Desde o início desta semana, o responsável não responde mais os contatos dos clientes. Boletins de ocorrência foram registrados em outras cidades do país, acusando-o de estelionato. Os policiais da 1ª Delegacia de Polícia de Araranguá passaram a terça-feira (10) mobilizados para tentar localizar o suspeito, mas não o encontraram no município. O suspeito já foi candidato a vereador na cidade do Extremo-Sul de Santa Catarina.

“Estamos investigando desde hoje (terça-feira, 10 de julho) pela manhã. Soubemos que já há pessoas que vieram de outros lugares para um acerto de contas com ele. Por isso acreditamos que o próprio suspeito vai se entregar a qualquer momento. A delegacia é o lugar mais seguro para ele estar”, explica o delegado Fernando Lúcio Mendes, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Araranguá.

Faturamento com o esquema

Segundo a autoridade policial, há ao menos 300 pessoas que caíram no golpe. Elas são de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, mas é possível que haja mais em outros estados. A Polícia Civil ainda não conseguiu confirmar o montante, mas há uma estimativa de que o criador do esquema tenha faturado cerca de R$ 2 milhões.

“Ele vendia cotas de R$ 40 a R$ 8 mil, mas algumas pessoas compravam mais de uma. Tem um caso de um indivíduo que comprou dez cotas de R$ 8 mil”, diz o delegado.

O suspeito criou uma empresa de fachada. No site, ele garante retorno de 15% ao mês por dois anos a partir de 9 de julho. Antes, a promessa era de 25% mensais. A fonte do rendimento, conforme a “empresa”, são aplicações em diversos produtos do mercado financeiro.

Para investir, as pessoas podiam transferir o dinheiro por contas bancárias, boleto bancário ou usando criptomoedas.

Pirâmide financeira

Segundo os “investidores” lesados, nos primeiros meses o negócio funcionava conforme prometido e, por isso, confiavam. A polícia acredita que a fonte do retorno dos primeiros aportes eram a entrada de novos clientes e o aumento das aplicações por parte dos que já existiam, como num esquema de pirâmide financeira. A participação de outras pessoas no esquema está sendo apurada.

O que chamou a atenção dos investigadores é o fato de que o suspeito se expunha, com vídeos e fotos. Normalmente, em crimes semelhantes quem comanda adota uma postura mais discreta. “Estamos analisando o caso ainda, mas o mais provável é que peçamos o bloqueio das contas dele e, a partir daí, vamos seguir o dinheiro”, antecipa o delegado. A reportagem tentou contato com o suspeito pelos números de telefone indicados no site da empresa, mas as ligações caíram na caixa postal.

De acordo com o responsável pela investigação, quem caiu no golpe deve registrar um boletim de ocorrência para que a Polícia Civil esteja munida de informações sobre o caso. Para a autoridade policial, no entanto, o mais importante é sempre desconfiar de quem promete demais. “O que moveu as vítimas foi a ganância, achar que poderiam ganhar dinheiro de forma fácil, 15%, 25% ao mês, sem trabalhar e sem correr riscos. Isso não existe em lugar nenhum”, conclui o delegado.

Com informações de Renan Medeiros / NSC Total

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