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Morador de Nova Veneza encara as abelhas de peito aberto

Morador de Nova Veneza encara as abelhas de peito aberto

Foto: Divulgação

Ninguém tem mais medo de abelhas do que ele. Mas ainda assim, o avicultor e quase aposentado Vanderlei Begnini, 53 anos, cobre-se de abelhas diariamente, sem usar qualquer roupa. Como? “Eu respeito elas, e elas me respeitam”, conta. Mas como? “Simples. Abelha alimentada não ataca”, explica.

Begnini tem seus segredos. E o principal vem do mel. “É a maior riqueza das abelhas”, cita. Avicultor em Nova Veneza, aprendeu apicultura desde cedo com o avô e o pai. Mas logo trocou as abelhas pelas aves. “Negócio mais rentável na época”, observa. Há uns dois anos, ouvindo rádio, respondeu a um desafio que lhe atiçou o desejo de voltar a lidar com as abelhas. “Uma senhora lá do Laranjinha ligou desesperada para a Eldorado pedindo ajuda com um enxame. Peguei uma caixa qualquer e fui. A partir dali não parei mais”, diz.

A coleta e seus riscos

Atualmente, Begnini recolhe de oito a dez enxames por semana. Ele não cobra pelo serviço e as leva para uma propriedade no interior de Nova Veneza. “Lá eu já tenho quase cem colmeias, e produzo mel que eu vendo”, revela.

Mas lidar com abelhas tem seus riscos. Outro dia, um apicultor faleceu no Caravaggio atacado por um enxame. “Ele ia sempre lá a pé. Aquele dia foi de carro, o carro atolou, fez fumaça, e com a fumaça as abelhas atacaram. Ele era um grande conhecedor, mas foi uma fatalidade”, lamenta Begnini.

O próprio já levou suas picadas. “Uma vez, fui fazer uma coleta em Siderópolis e tomei umas 250 picadas. Tomei um anti alérgico e arranquei os ferrões com uma faca e pronto, fiquei bem”, afirma, aos risos. Mas ele reconhece o risco. “Tanto que uso sempre as roupas de proteção. Mas quando as abelhas estão dominadas, sendo alimentadas, aí eu tiro aquele macacão e fico sem camiseta tranquilamente, daí elas podem passear no meu corpo que não vão me picar”, garante, confirmando a cena que ilustra a reportagem.

Com testemunhas

A habilidade já gerou passagens curiosas, quando a vez que fez uma demonstração em uma festa na cidade de Faxinal dos Guedes. “Entrei no salão com a abelha rainha na boca e as demais abelhas todas na minha volta. Nenhuma me picou. As pessoas ficaram assustadas e admiradas, pois quando as domino as abelhas não me atacam e nem atacam qualquer outra pessoa”, refere o apicultor.

Entre ontem e hoje, Begnini removeu três enxames em Criciúma. “Em um deles, na Mina do Toco, cortei uma árvore que estava oca e dentro havia muita abelha, um dos maiores enxames que já vi. Usei o próprio mel que estava ali e, quando as abelhas todas estavam se alimentando, tirei a roupa de proteção e fiquei ali, bem tranquilo, recolhendo as abelhas para a minha caixa”, detalha. Com a caixa cheia e as abelhas recolhidas, ele viaja até o local onde estão as suas colmeias, nas proximidades da Barragem do Rio São Bento.

Tem fila de espera

A safra foi fraca no ano passado, mas sofreu um forte impulso a partir dos últimos meses. “Entre novembro e dezembro apareceram muitas colmeias nas casas por aí. E em seguida de fevereiro também. Já tenho fila de espera para retirar abelhas”, informa Begnini. O apicultor não pensa em viver somente disso a partir de garantida a aposentadoria, que já está em trâmite. Mas gosta da atividade. “É um serviço de utilidade pública também. E eu gosto das abelhas, tenho algumas aqui em casa”, conta. Mas ele assegura que na sua residência, no Centro de Nova Veneza, estão apenas as inofensivas. “Essas aqui não tem ferrão. As africanas, com ferroada, estão lá nas colmeias no sítio”, conclui.

Quem precisar dos serviços de remoção de abelhas de Vanderlei Begnini pode fazer contato pelo telefone 98869.7527.

Com informações de Denis Luciano / Portal Engeplus

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