Com trajetória marcada por múltiplas vocações, Júlio dedicou sua vida a servir, comunicar e preservar a história local.

Foto – Divulgação
O assessor parlamentar da Câmara de Vereadores de Lauro Müller e radialista, Júlio César Cardoso, faleceu na manhã desta quinta-feira, dia 3, aos 56 anos. Ele estava internado no Hospital São José, de Criciúma, em razão de complicações hepáticas e deixa a esposa, três filhos e quatro netos.
Natural da comunidade de Barro Branco, Júlio César era o filho mais novo de uma família com 14 irmãos. Ocupava a função de assessor legislativo desde março de 2013. Além disso, ao decorrer de sua trajetória profissional, atuou como bancário, policial militar (por quase três anos), comunicador de rádio (por quase 30 anos), professor, enfermeiro, músico, historiador, colunista do Jornal DN e servidor público estadual e municipal.
Também foi candidato a vereador nas eleições municipais de 2008, pela coligação PP/PSDB, quando recebeu 246 votos, ficando na 2ª suplência. Assumiu a cadeira de vereador pelo período de 30 dias, em 1º de fevereiro de 2012. Em sua passagem pelo legislativo municipal, teve aprovada a Resolução nº 1/2012, que criou a homenagem com a entrega da Medalha Vereadora Dilma do Espírito Santo, voltada para personalidades de Lauro Müller.
Ainda na vida pública, Júlio ocupou os cargos de secretário municipal de Administração e Finanças; e de Turismo e Meio Ambiente, na gestão do ex-prefeito Itamar Caciatori. Apaixonado por sua terra natal, ele também foi um grande entusiasta da história e da cultura local, sempre engajado na preservação da memória da cidade.
Era defensor do potencial turístico de Lauro Müller, acreditando que a região poderia crescer com base em sua riqueza natural e histórica. Seu falecimento representa uma considerável perda para a sociedade lauromüllense, que se despede de um homem que dedicou sua vida ao serviço público, à comunicação e à valorização de suas raízes.
Despedida
O velório será realizado na Capela Mortuária do Cemitério Santa Bárbara, em Lauro Müller, onde o corpo será sepultado. Os horários do velório e do sepultamento ainda não foram informados pela família.
Homenagem
A presidente da Casa Legislativa, vereadora Ema Hofmann Benedet, prestou sua homenagem. “Mais do que um assessor comprometido, Júlio foi um verdadeiro amigo, presente nos momentos difíceis e nas conquistas, sempre disposto a colaborar e somar. Tive o privilégio de trabalhar ao seu lado por muitos anos, tanto na Câmara Municipal quanto na Prefeitura. Nesse tempo, testemunhei sua dedicação incansável ao serviço público, sua inteligência afiada e seu amor genuíno por Lauro Müller”, afirmou.
“Júlio conhecia a história de cada canto da cidade, sempre tinha uma lembrança, um relato, um fato curioso para compartilhar. Sua memória era viva e sua paixão por nossa terra era contagiante. Era uma daquelas pessoas que deixavam sua marca por onde passavam. Atento, participativo, leal, com uma escuta generosa e um senso de humor que tornava o ambiente mais leve. Sua presença fará muita falta não apenas no trabalho, mas também nas rodas de conversa, nas ruas da cidade, e na vida de todos que tiveram a sorte de conhecê-lo”, complementou.
Rejane Mazon, cunhada de Julio Cesar, também prestou sua homenagem nas redes sociais. “Um homem de fé, prestativo, dono de um coração enorme, sempre cheio de planos e sonhos. Júlio carregava uma sabedoria imensa, sendo para nós uma verdadeira enciclopédia ambulante. Devoto às coisas sagradas, tinha um cuidado profundo com as leis da Igreja, vivendo sua espiritualidade com intensidade e amor”, relatou.
“Durante anos tocou na Banda Santa Bárbara, cultivando seu amor pela música, pelo canto e pelo violão. Na igreja, atuava com alegria junto ao coral, emprestando sua voz e talento ao serviço de Deus. Júlio também foi nosso cerimonialista nos eventos importantes da cidade, radialista, repositor e tinha o sonho de ter sua própria rádio. Já possuía um estúdio montado e gravava propagandas para toda a região, sempre com dedicação e paixão. Tinha um orgulho imenso em ser lauromüllense, apaixonado pela cultura e pelo turismo da nossa terra”.
Rejane conta também que Julia Cesar estava escrevendo um livro sobre a história das minas de carvão, já quase pronto para publicação. “Seu amor pela cidade era tão grande que, em seu jardim, estava projetando um trem em miniatura, símbolo do orgulho que tinha pela história local. Mas, acima de tudo, Júlio era um homem de família. Sua maior alegria era estar ao lado dos seus, compartilhando uma boa comida, um bom vinho, feito inclusive por suas próprias mãos, junto de amigos que compartilhavam esse mesmo prazer. Ele viveu com intensidade, espalhou sabedoria, música e alegria por onde passou”, conclui.