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Mortandade de moluscos é monitorada no litoral catarinense

Foto: Prefeitura de Porto Belo/Divulgação

Foto: Prefeitura de Porto Belo/Divulgação

A mortandade de moluscos começou a ser monitorada na Grande Florianópolis e em Porto Belo, no Litoral Norte de Santa Catarina. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural em Santa Catarina (Epagri), há registros de problemas no desenvolvimento de ostras, mexilhões e algas em Florianópolis,  Palhoça, São José e Governador Celso Ramos, além da morte de berbigões.

"A gente conclui que seja consequência dessa chuva intermitente. Com a chuva os rios trazem muita matéria orgânica para o oceano. O excesso de água doce e a alta temperatura da água causam um estresse fisiológico", explica o engenheiro agrônomo da Epagri e doutor em Aquicultura, Alex Alves dos Santos.

Segundo ele, a extração de berbigão e o cultivo dos demais moluscos são afetados, pois os alimentos ficam debilitados e, em alguns casos, morrem. "A defesa deles é desovar, eles ficam desovando, desovando até esgotar sua energia e afeta a venda também porque a maioria está bem debilitado", detalha Santos.

De acordo com a Secretaria de Pesca e Maricultura de Florianópolis, na tarde desta quinta-feira (12) uma reunião entre o órgão e o setor de Aqüicultura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi realizada para tentar resolver o problema na capital.

Em Porto Belo foi coletado material na quarta-feira (11) pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) que será encaminhado para análises no Laquacen, Laboratório Oficial Central do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em Minas Gerais. Uma nova amostra, desta vez da água, foi retirada nesta quinta (12). A previsão é que o resultado chegue em até 15 dias.

"Já realizamos coletas quinzenais no município para identificação de algas nocivas e nível de coliformes fecais. A coleta desta semana é feita em caráter emergencial, devido a grande quantidade de moluscos encontrada na beira da praia", explica Juliano Ebert, da Cidasc de Porto Belo.

De acordo com a Secretária de Pesca de Florianópolis, desde o carnaval o problema é relatado por produtores e maricultores da capital. Segundo Juliano Ebert, os mexilhões são extremamente sensíveis à alteração de salinidade da água e aumento de temperatura.

"Em outras épocas já proibimos o consumo devido à contaminação por algas tóxicas na região da Costa Esmeralda. Todo o cuidado é pouco, já que em Porto Belo temos áreas de cultivo", afirmou o secretário de Pesca e Aquicultura de Porto Belo, Fernando Amadeu Raulino. Em Florianópolis a secretaria solicitou apoio da Epagri para solucionar o problema.

De acordo com o engenheiro agrônomo Alex dos Santos, com o fim da frequência de chuvas e diminuição das temperaturas os moluscos devem voltar a se desenvolver normalmente.

Com informações do site G1 SC