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Mortandade de peixes preocupa moradores de Tubarão

Fundação do Meio Ambiente foi ao local para avaliar se houve ou não alguma ação poluidora.

Foto: Divulgação / Notisul

Foto: Divulgação / Notisul

Entre a última quinta-feira e ontem, vários peixes mortos foram encontrados no rio Corrêas, nas localidades do Sertão dos Corrêas e Sertão dos Mendes, em Tubarão. A situação preocupa moradores da região, que temem a mortandade de mais peixes. A denúncia chegou a representantes da Fundação do Meio Ambiente – Fatma, na agência da Cidade Azul, que foram ao local e coletaram amostras da água.

Conforme os fiscais do órgão estadual, os resultados devem ficar prontos até a próxima sexta-feira. “Fizemos a coleta e agora temos que aguardar alguns dias”, resume o servidor Fabian Gualda Dias. Este é o trabalho protocolar adotado pelas autoridades. Caso haja a identificação de poluentes, e quais tipos, a linha de investigação toma outro rumo.

De acordo com o proprietário de um restaurante na localidade do Sertão dos Corrêas, Antônio Spilere da Rosa, esta é a primeira vez depois de 40 anos que a mortandade é flagrada no rio. “Quando eu era criança isso já tinha ocorrido, mas na época uma empresa jogava resíduos. Acredito que todos os peixes poderão morrer se algo não for feito. Ao certo não sabemos o porque de tantas mortes, mas acredito que seja algum produto químico que jogaram no rio”, suspeita Antônio.

Além dos peixes do rio Corrêas, um cardume foi encontrado morto na Lagoa Santo Antônio dos Anjos, em Laguna. Os animais estão em toda a extensão de areia, nos bairros Mato Alto e Cabeçuda. “Foram coletadas amostras da água da lagoa e estamos esperando os resultados. Esses relatórios também devem ser concluídos até o fim desta semana”, constata Fabian.

Tanto na Cidade Juliana como em águas tubaronenses, vários pescadores atuam no rio e lagoa, ou por esporte ou profissionalmente. Alguns tiram o sustento da família dessas águas.

Crime ambiental

Pouco pode ser feito para reverter uma mortandade após o seu início, porém a determinação da causa é o melhor caminho para prevenir futuros eventos. Também faz-se necessária a identificação dos responsáveis, quando existirem, pelas alterações que levaram à mortandade de peixes, de forma a responsabilizá-los. Vale ressaltar que causar mortandade de peixes em rios e lagos pode levar à punição com multa e prisão de até três anos (art. 33 da Lei Federal 9.605/98).

Mortandades de peixes são fenômenos comuns e podem causar perdas econômicas devido à redução da pesca e do turismo e aos custos da limpeza do corpo d’água. Além dos prejuízos econômicos, também possuem efeito negativo no equilíbrio ecológico. Peixes são organismos sensíveis a alterações ambientais, pois suportam uma estreita faixa de temperatura do ambiente e não possuem capacidade de regular a temperatura do corpo, além de viverem em ambientes limitados que restringem sua capacidade de fuga.

Como dependem da água para necessidades respiratórias, alimentares e reprodutivas, é preciso que a qualidade do líquido seja mantida para assegurar sua sobrevivência. As alterações rápidas e extremas no ambiente aquático resultam em eventos de mortandade de peixes e, por isso, esses organismos constituem excelentes indicadores de qualidade ambiental. Os principais parâmetros que quantificam a qualidade do meio aquático são a temperatura, o pH, o oxigênio dissolvido, a salinidade e a condutividade elétrica, a transparência e a turbidez, e a concentração de nutrientes (fósforo e nitrogênio).

Com informações do Jornal Notisul