Ministério Público considera condenação de 20 anos "baixa" diante da premeditação e crueldade do crime
Foto: Reprodução/Redes Sociais/Arquivo/NSC TV
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) entrou com recurso pedindo o aumento da pena de Cláudia Tavares Hoeckler, condenada a 20 anos e 24 dias de prisão pelo assassinato do marido, Valdemir Hoeckler, em Lacerdópolis, no Oeste catarinense. A mulher dopou, matou o companheiro e manteve o corpo escondido em um freezer por cinco dias.
O promotor de Justiça Rafael Baltazar Gomes dos Santos, que atuou no júri, argumenta que a pena foi branda diante da premeditação e da frieza com que o crime foi cometido. “Ela manteve o corpo oculto enquanto simulava preocupação, mobilizando familiares, vizinhos e autoridades. Isso revela uma personalidade manipuladora”, afirmou o promotor.
O MPSC também contesta o uso da confissão espontânea como atenuante, já que Cláudia só admitiu o crime após a descoberta do corpo. O recurso, protocolado em 18 de setembro, será analisado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).
Cláudia foi condenada por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica após mais de 25 horas de júri popular, realizado em agosto, na Câmara de Vereadores de Capinzal.
A defesa da acusada, representada pelo advogado Matheus Molin, declarou confiar na Justiça e afirmou que já apresentou as contrarrazões ao recurso. Em nota, o defensor criticou o que chamou de “excesso punitivo” e disse acreditar em um novo julgamento que considere o contexto de violência doméstica alegado nos autos.
Valdemir Hoeckler, caminhoneiro de 52 anos, foi encontrado morto dentro de um freezer na casa do casal após cinco dias desaparecido. Segundo a investigação, Cláudia o dopou, amarrou e o asfixiou com uma sacola plástica antes de simular o desaparecimento.