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“Não era a minha hora, foi um milagre”, diz sobrevivente de queda em penhasco

O empresário Gilson Luiz Rufino, 49 anos, detalha o acidente que sofreu na Serra do Rio do Rastro e revela o que mudou em sua vida desde o último sábado

Uma das primeiras coisas que o empresário Gilson Luiz Rufino, 49 anos, fará após recuperar-se do acidente que sofreu na Serra do Rio do Rastro, será comprar uma máquina fotográfica profissional. Ainda fraco, mas bem humorado, ele brinca: “Aceito contribuições para a minha próxima aquisição”.

>> Veja as fotos do resgate

O tubaronense, que mora há 35 anos em Florianópolis, caiu de uma altura de 20 metros, na último sábado. Ele fazia fotografias em um dos mirantes. Para tentar um ângulo melhor, resolveu pular a mureta. Acordou em cima de uma pedra.

Internado no Hospital Nossa Senhora da Conceição, ele deve receber alta médica nesta quinta-feira. Por enquanto, ficará na cidade sob os cuidados da família. O pesadelo de Gilson, como ele mesmo descreve a situação,  durou quase oito horas, tempo levado pelos profissionais para o resgatar.

Gilson já tinha ido ao mesmo lugar há cerca de um ano. “Segui os mesmos cuidados, mas tinha o desejo de chegar em uma ponta para fotografar o pôr-do-sol de um ângulo diferente. Dei uns passos e cai”, relata o empresário.  

Gilson chegou a perder os sentidos momentaneamente. Quando acordou, pensou que era um sonho. “Quando vi minha mão com sangue, aí me dei conta do que ocorreu. Procurei algo para me apoiar e achei uma pedra, mas estava solta. Arrastei-me e consegui me agarrar em outra pedra”, detalha Gilson.

Nesta quarta-feira, ele falou, por telefone, com o policial com quem teve o primeiro contato. Gilson também fez questão de conversar, pela internet, com os demais profissionais e pessoas que o ajudaram. “Eles não perderam a esperança. Não desistiram de mim”, reconhece Gilson.

“Quando acordei, comecei a rezar”

Avô do garotinho Gabriel, 4 anos, e pai da duas meninas, de 17 e 22 anos, Gilson Luiz Rufino, afirma que a queda do mirante da Serra do Rio do Rastro foi um grande aprendizado. Tanto para a vida, em seu mais profundo sentido, como para futuras aventuras. “Quando acordei, pensei: como vou sair daqui? Então comecei a rezar e a pedir a Deus que me tirasse de lá”, recorda o tubaronense.

O socorro veio rápido, pois sua namorada viu a queda. Mas o resgate foi demorado em função do local onde Gilson estava, de difícil acesso. E não era possível vê-lo, somente ouvi-lo. Na hora do desespero, Gilson confessa ter questionado: “Por que comigo?”. Mas sua concepção mudou.

“Quando alguém sofre uma desgraça, fica se lamentando. Isto ocorreu comigo para que eu cresça e me torne uma pessoa mais atenta. Eu renasci. Passar por isto e sair praticamente intacto, é um milagre. Não era a minha hora”, acredita Gilson. Ele deslocou o ombro, quebrou duas costelas e teve quatro vértebras trincadas. O empresário não terá sequelas do acidente.

A foto da imagem de Nossa Senhora do Rosário e a fé

O empresário Gilson Luiz Rufino, 49 anos, sempre gostou de fotografar. Depois de postar suas imagens nas redes sociais e receber elogios, criou ainda mais gosto pela arte. E há cerca de dois anos intensificou o hobby.

Em uma viagem a Portugal, ele fotografou a imagem de Nossa Senhora do Rosário. As pessoas que estavam perto ficaram impressionadas porque a foto dele foi a única que ficou diferente, com raios de luz ao redor da santa. A partir daquele momento, Gilson tornou-se devoto de Nossa Senhora do Rosário.

O tubaronense caiu do mirante da serra do Rio do Rastro no último sábado e foi resgatado na madrugada de domingo, dia de honra à Nossa Senhora do Rosário.

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