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Nascido para ser o “Bom Velhinho”

Francisco de Assis Paes, de 54 anos, ao que tudo indica nasceu predestinado para ser um Papai Noel. Com traços que logo remetem às caracterizações e desenhos do Bom Velhinho, seu Assis, como é chamado fora da época natalina, em seu comportamento mostra também ter um coração especial, digno do personagem. Há dez anos o mineiro aposentado desempenha a função de Papai Noel no Shopping Della e, mesmo diante de dias exaustivos de trabalho, garante que a atividade não lhe traz cansaço, apenas prazer. No decorrer do restante do ano, enquanto espera para a sua grande atuação, o profissional atua também como caminhoneiro e com sonorização de eventos.

A entrada de Francisco no ramo aconteceu por acaso. Ajudando uma colega que precisava de um “Papai Noel substituto” para marcar presença e recepcionar crianças em um evento ele descobriu que, certamente, essa era uma das atribuições que precisava cumprir durante a vida. “Foi ali que me apaixonei, me identifiquei com a figura e nunca mais parei. Virou uma parte de mim. Principalmente nessa época, eu não sou o Assis, sou o Papai Noel”, garantiu.

O mês de dezembro tem sido diferente durante toda a década de trabalho. Ao contrário do que costumava fazer anteriormente, agora seu Assis se dedica inteiramente ao Natal das outras pessoas. Questionado sobre sua ceia, ele é enfático: “Não dá tempo, afinal, qual Papai Noel não trabalha na noite de Natal? Tenho presentes para entregar parar muitas crianças do mundo”, fala com toda a seriedade do mundo.

Reações inesperadas

Com toda essa experiência ao longo dos anos em que trabalha no shopping, Francisco garante que não são apenas as crianças que se emocionam com a figura do Bom Velhinho. “Muitos adultos se empolgam e querem também abraçar e tirar foto. Em alguns casos as pessoas me contam problemas e pedem conselhos. Eu procuro ouvir sempre com atenção e levar uma palavra de carinho. Pode ser que minha resposta consiga fazer um natal diferente para aquela pessoa”, revelou.

Para ele, sua função não é apenas entregar balas ou fazer fotos. “Venho trazer alegria. Tenho consciência que essa figura do Papai Noel representa a alegria de muita gente. Carrego essa responsabilidade”, declarou.

Sorriso sempre estampado

Seja circulando pelo shopping nos corredores e lojas, sentado na sua poltrona especial para as fotos, ou em eventos particulares, um adereço ele não dispensa: o sorriso. No entanto, engana-se quem pensa que é uma interpretação. “Isso nunca vai faltar: o sorriso. Porque sou muito realizado nessa função. Amo tudo o que faço e isso não é diferente”, salientou.

O início da rotina natalina começou ontem e segue até o dia 25. Sobre o cansaço ao enfrentar longos dias de calor e muitas horas na função, seu Assis afirma que tem apenas uma tristeza que é a chegada do fim dos trabalhos. “Agora estou feliz porque está só começando. Tenho muitos dias ainda para desempenhar essa função. Que maravilha! Mas quando vai chegando o fim e as pessoas acham que posso estar esperando o fim elas estão enganadas. Por mim poderia ser Natal o ano todo”, completou.

Responsabilidade sentida na pele

Mesmo recebendo centenas de cartinhas destinadas ao Papai Noel, Francisco, há alguns anos, não tem mais o costume de ler os pedidos. Emocionado, ele conta que desde que abriu o relato de uma criança e não conseguiu apoio para concretizar o desejo, nunca mais se deu ao direito de ler. “Faz mais ou menos quatro anos. Aquela carta me tocou muito. Era um pedido importante, eu não tinha dinheiro para realizar e não achei parceiros para apoiar financeiramente. Isso estragou meu Natal, então agora prefiro ser um Papai Noel mais alegre e fazer minha parte recebendo a todos bem, que é o que posso fazer. Se não, acabo ficando triste e frustrado”, disse.

Com informações do site Clicatribuna

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