A presença da fumaça no Estado depende dos ventos, que atualmente sopram do Nordeste e Noroeste, trazendo o fenômeno para o Sul

Foto: Lucas Amorelli, DC
Nesta segunda-feira (19), o céu em Santa Catarina amanheceu encoberto, resultado da combinação de dois fenômenos: a chegada de uma faixa de fumaça proveniente da Amazônia e do Centro-Oeste do Brasil, e a presença de nevoeiro marítimo, típico nesta época nas áreas costeiras.
De acordo com a meteorologista Gilsânia Cruz, da Epagri, a fumaça se espalha por quase todo o Estado, enquanto o nevoeiro marítimo predomina nas regiões litorâneas. A diferença entre os dois fenômenos está na altitude em que ocorrem: o nevoeiro se forma em camadas mais baixas, próximas ao mar, enquanto a fumaça, composta por partículas de poluição, ocupa camadas mais altas, turvando o horizonte e deixando o sol com um tom avermelhado.
— A fumaça age como uma cortina de poluição que obscurece o céu, especialmente visível durante o pôr do sol, quando a tonalidade avermelhada se destaca — explica a meteorologista.
Quanto tempo os fenômenos irão persistir?
A fumaça, que vem afetando Santa Catarina e outros estados do Sul desde a semana passada, é consequência do aumento das queimadas na Amazônia, que registrou o maior número de focos para o mês de julho desde 2005, com 11.145 incêndios contabilizados, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
As queimadas são frequentes nesta época do ano, especialmente com o clima seco no Norte e Centro-Oeste do país. Em Santa Catarina, há também registros de queimadas para preparação de solo antes do plantio.
A presença da fumaça no Estado depende dos ventos, que atualmente sopram do Nordeste e Noroeste, trazendo o fenômeno para o Sul. Nesta segunda-feira, espera-se uma mudança na direção do vento para Sul, mas na quarta-feira (21), os ventos devem voltar a soprar de Noroeste e Nordeste, podendo trazer novamente a fumaça para a região.