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No lixo a esperança de um futuro melhor

Mulheres que fazem a triagem do lixo reciclável encontram desde dinheiro a enfeites de casa

Foto: Lucas Sabino

Foto: Lucas Sabino

Todos os dias a funcionária da Cooperativa de Trabalhadores de Materiais Recicláveis (CTMAR), Marli Mello tem um grande desafio pela frente. Ela coordena aproximadamente 20 funcionários que realizam a separação de todo o material reciclável da coleta seletiva organizada pela Fundação do Meio Ambiente de Criciúma (Famcri). Com seu salário, Marli sustenta os dois filhos e mantém a casa.

Com 54 anos e muita garra, a coordenadora da CTMAR conta que tem muito orgulho do ofício que cumpre. “Nem todos têm a noção da importância do nosso trabalho. Somos um dos responsáveis por estar contribuindo com o meio ambiente”, comenta. Ela lembra que, devido a paixão que tem pelo que faz e o dever de cidadã, por onde passa, fica sempre atenta e, se ver lixo no chão, junta e joga no lixo mais próximo.

Por não atuar diretamente na triagem do material que chega à cooperativa, Marli não encontra tantas coisas uteis no lixo, mas suas companheiras de trabalho sempre levam algo de bom para casa. Adriana Teixeira tem 42 anos e mora no bairro Cidade Alta, em Forquilhinha. Ela afirma que no lixo é possível conhecer o perfil das pessoas.

“No lixo trazido pela Famcri percebemos que as pessoas selecionam mais o material jogado fora. Assim é possível aproveitar muitas coisas. O que não serve para mim, sempre divido com minhas colegas”, revela Adriana.

De acordo com a coordenadora da coleta seletiva, Júlia Schmidt Ghizoni, o conceito de fazer a separação do lixo reciclável do não reciclável ainda precisa ser mais compreendido pela sociedade. Segundo ela, é comum as pessoas mandarem mato, lixos orgânicos e até roupas e sapatos nas mesmas sacolas. “Para que não atrapalhe a triagem é importante as pessoas mandar apenas o que é reciclável. Se houver o interesse em doações, podem levar à CTMAR ou até na Famcri”, solicita.

 

50% da cidade com coleta seletiva neste primeiro semestre

Desde que os serviços de coleta seletiva começaram a ser ampliados pelo município de Criciúma, a quantidade de material reciclável foi aumentando gradativamente. Para o presidente da Famcri, Salésio Nolla, os 17 bairros atendidos atualmente fazem parte de um projeto no qual o poder público busca uma cidade limpa e voltada às questões sustentáveis. Ele revela que, para este ano, a Famcri vai fazer a abordagem em toda região da grande Rio Maina.

“Temos um grande desafio pela frente. A região do Rio Maina é como se fosse um município dentro de Criciúma. Quando finalizarmos esta etapa, teremos então pouco mais de 50% da população criciumense fazendo a coleta seletiva”, informa o presidente.

Nolla compreende que o trabalho exercido atualmente em parceria com a cooperativa, além das questões ambientais, faz com que muitas famílias tenham renda e emprego fixo.

Tiago Maciel/Decom Prefeitura de Criciúma