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“Nos olham torto”, diz neta que perdeu a avó para a Covid-19, em Balneário Gaivota

Após perda da vó, neta conta que moradores do município vêm tratando com preconceito os familiares, mesmo estando em isolamento e não tendo apresentando sintomas da doença.

Divulgação

Não basta a dor da perda, Joana* vem sofrendo também o preconceito dos vizinhos. Desde que a sua avó, de 71 anos, morreu de Covid-19 no último dia 2 de abril, Joana conta que os moradores de Balneário Gaivota, vem recebendo mal a família.

“Como foi publicado nas redes sociais, o pessoal começou a olhar torto. Querem saber onde moramos e dizem que não podemos andar na rua. As pessoas não têm noção que estamos enfrentando o luto” desabafa.

Os familiares, que não apresentaram os sintomas de Covid-19, estão isolados em casa e só “saem para coisas mínimas”. A morte da idosa foi a primeira na região.

Até agora ainda não sabem como a avó contraiu o vírus. Devido aos problemas nos ossos, ela passava a maior parte do dia dentro de casa .”Nós suspeitamos que ela foi a um local com alto risco de contaminação, como hospitais. Na medida que passou alguém infectado, ela pegou”, conta Joana.

Aposentada, a idosa já possuía histórico de pneumonia, problemas de coração e respiratórios. Entretanto eles se agravaram nos últimos anos. Assim, os sintomas da Covid-19 se confundiram com o das outras doenças que a idosa sofria.

A avó foi hospitalizada após apresentar falta de ar no último dia 29. No dia seguinte, ela passou por hospitais em três cidades – de um hospital de Sombrio, ela foi transferida para o Hospital Regional de Araranguá e, em seguida, para o hospital de Criciúma.

Em Criciúma ela recebeu o teste positivo para coronavírus. Três dias depois ela não resistiu e morreu de Covid-19.

O velório, com o caixão lacrado, durou apenas 15 minutos. “Após oração, já foi enterrado. Não deu nem tempo para se despedir direito”, conta a neta. “As pessoas acham que isso é brincadeira e ficam fazendo chacota. Mas espera um familiar passar por isso, é triste”.

*A reportagem utilizou um nome fictício para preservar a privacidade da família, a pedido dos parentes

Com informações do site ND Mais

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