Saúde

Novidades em videocirurgia oncológica chegam a Criciúma

Cirurgião Irani Alberton ampliou conhecimento no maior centro mundial de estudo do câncer

As inovações tecnológicas avançam em busca da vitória na batalha contra o câncer. Metade dos diagnósticos de novos casos da doença acontece em cinco órgãos e três desses integram o aparelho digestivo, conforme a Organização Mundial da Saúde – OMS. Os métodos e equipamentos de videocirurgia mais evoluídos do mundo nessa especialidade foram conhecidos em um recente seminário no IRCAD América Latina, em Barretos-SP, pelo cirurgião criciumense Irani Alberton.

Especialistas em cirurgia de todo o continente americano participaram do curso de uma semana promovido no centro de treinamento considerado entre os cinco maiores do mundo. Irani, único Sul catarinense no evento, voltou do interior paulista com perícia ainda maior em cirurgia digestiva oncológica laparoscópica (com a câmera de vídeo colocada através da cavidade abdominal). “Trata-se de um método de agressividade muito inferior ao da cirurgia aberta. Em média são feitos de três a cinco cortes entre 5 a 10 milímetros cada. Além da precisão elevada pelo recurso do vídeo, o paciente tem a recuperação mais rápida”, relata.

Intestino (colo-retal), estômago e fígado figuram ao lado de pulmão e mama no topo dos tipos mais frequentes de câncer. O destaque das novidades vistas no IRCAD em cirurgia oncológica laparoscópica está na evolução da robótica, aponta Irani. “Tivemos demonstrações da aplicabilidade da cirurgia robótica com câncer, principalmente de intestino. É um procedimento laparoscópico com melhoria de visão e ergonomia para o médico, que pode permanecer sentado durante a operação acompanhando tudo em 3D. Além de os movimentos da máquina serem mais amplos e precisos”, conta o cirurgião.

A tecnologia da robótica ainda não está disponível no Sul Catarinense, mas pode ser uma novidade para breve. Mesmo assim, Irani percebeu no local tido como referência continental que Criciúma está bem guarnecida de aparelhagem de cirurgia laparoscópica. “Nós temos todos os instrumentais e recursos conforme a média dos principais centros do país. Nesses congressos há a presença muito forte das principais empresas do mundo e podemos conhecer o que há de mais atual em materiais”, observa.

Apesar do foco em cirurgia oncológica, o curso propiciou um acréscimo importante em experiência para todos os demais tipos de procedimentos realizados por Irani no dia a dia. “Tivemos uma atualização das condutas técnicas na teoria e na prática, verificando como aplicar os novos instrumentos oferecidos para somar menos tempo e melhor qualidade na cirurgia, além de saber com mais exatidão quando operar ou não. Esses conhecimentos fazem uma diferença fenomenal”, acredita o médico criciumense.

Vale lembrar que a videolaparoscopia abrevia pela metade o tempo na mesa de operação e o período de reabilitação até a alta hospitalar, em relação à cirurgia aberta.

Colaboração: João Pedro Alves / Partner Nazário & Bortot

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