Educação

O déficit de leitura do brasileiro

Segundo o referido relatório, o Brasil levará 260 anos para atingir o nível de leitura dos alunos de países desenvolvidos.

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Na semana anterior refletimos sobre alguns dados do Anuário da Educação Básica, resultados de 2018, que aponta deficit no sistema educacional brasileiro, em especial no domínio da leitura. É um grande alerta à população, pois a falta de leitura é o fator que mais contribui para subdesenvolvimento intelectual da sociedade, e consequentemente o subdesenvolvimento econômico e político do país.

De acordo com o mais recente relatório do Banco Mundial (2018), que debate educação e aprendizagem em vários países, temos no mundo 125 milhões de crianças sem os conhecimentos básicos de leitura e matemática, mesmo frequentando a escola. Junte-se a esses, mais 260 milhões que não estudam. O problema é mundial e clama por atitudes. Segundo o referido relatório, o Brasil levará 260 anos para atingir o nível de leitura dos alunos de países desenvolvidos.

O hábito da leitura não é algo que se adquire de uma hora para outra. O gosto pela leitura começa já no ventre materno, quando os pais conversam com o bebê sobre coisas que ele encontrará ao chegar à luz. É preciso ser cultivado desde a infância no seio familiar, principalmente pelo exemplo. Se nenhum adulto em volta da criança costuma ler, dificilmente vai se formar um leitor.

De acordo com a escritora Ana Maria Machado o “hábito de ler não é natural; é cultural”. Assim como a criança é ensinada a desenvolver hábitos de higiene, de posturas, comportamentos, e diversas outras atividades diárias, ela deve ser induzida à leitura. A criança que cresce num ambiente onde o livro é presença constante, em que os pais demonstram interesse pela leitura, incorporará o hábito naturalmente. Esse processo continuará e será solidificado com a ida à escola, quando os professores exercerão papel fundamental na formação de bons leitores. Pais e educadores se unirão para, como mediadores, apresentarem o mundo da imaginação às crianças através dos livros e das histórias.

Ouve-se com frequência que aumentou o número de crianças na escola, mas é preciso estar ciente de que estar na escola é diferente de estar alfabetizado. Mais de 60% dos brasileiros têm déficit de leitura. Embora tenham passado mais anos na escola não têm desempenho adequado na interpretação, não compreendem textos que circulam socialmente e livros teóricos ou de ficção, ou seja são incapazes de fazer leitura de mundo para perceber as coisas através de outros pontos de vista. A leitura nos força a compreender o outro, a aprender com o outro, a ensinar o outro, além de aprendermos a respeitar as divergências de opinião. Dados confirmam que em cada três brasileiros com ensino médio completo, apenas um interpreta o que lê; e três em cada cinco concluem o nível superior com deficiência na leitura.

ale lembrar que a responsabilidade para a solução desse grave problema não pode ficar restrita à escola. É compromisso de toda a sociedade, mas em especial de cada cidadão que começará por si a mudança, pois o seu desenvolvimento pessoal determinará o sucesso profissional, independente de classe social ou econômica. Busque seu diferencial, ou ficará fora do mercado de trabalho.

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