Política

“O eleitor não quer um prefeito bonzinho, ele quer um prefeito justo”, afirma Clésio Salvaro

Eleito com mais de 75% dos votos, Salvaro destaca seu jeito de governar como principal motivo que o levou a vitória nas eleições municipais deste ano em Criciúma.

Foto: Ketully Beltrame/Portal Sul In Foco

Foto: Ketully Beltrame/Portal Sul In Foco

Clésio Salvaro enfrentou quatro candidatos e outras situações adversas que a política apresenta durante o seu processo. Repetindo o resultado de outras eleições, tanto como candidato a prefeito quanto para deputado estadual, Salvaro superou os 70% dos votos e foi vitorioso nas eleições municipais deste ano em Criciúma. Será novamente o prefeito da maior cidade do Sul. Foram 82.959 votos.

Ao Portal Sul In Foco, Salvaro explicou quais motivos levaram a maior parte dos eleitores a votarem nele. Ao lado do vice Ricardo Fabris, deixa claro seu modelo de gestão pública. Segundo ele, “o eleitor não quer um prefeito bonzinho, ele quer um prefeito justo”.

Acompanhe a entrevista:

Como o senhor avalia as eleições municipais deste ano no qual o senhor foi eleito?

Eu gosto muito de copiar aquilo que dá certo. Eu acho que o modelo de campanhas eleitorais aqui no Brasil está na contramão dos países que dão certo. Nos EUA, faz mais de um ano que ouvimos falar sobre as eleições. Lá, o tempo é longo e a coisa funciona. Aqui no Brasil, ao invés de alongar, diminuiu. Quanto mais você falar sobre política, quanto mais falar com eleitor, melhor vai conhecer e escolher o seu candidato. Lá tem o financiamento de empresas e pessoas. Aqui no Brasil é muito limitado. O tempo é muito curto. Não é suficiente para conversarmos com as pessoas em uma cidade do porte de Criciúma. Acho que tem que ser maior. É errado ter essa quantidade enorme de partidos que forjam algumas coligações. É necessário, primeiramente, uma reforma eleitoral urgente. A reforma da previdência e dos gastos públicos. Avalio que estas eleições não teve o tempo suficiente para que o eleitor conhecesse suficientemente o candidato. Agradeço a votação. Em 2006, para reeleição como deputado estadual fiz a maior votação de todos os tempos. Em 2008, fizemos 49,7% dos votos. Em 2012, aproximadamente 76% e, com o atual prefeito 73%. Agora com Ricardo Fabris, 76% dos votos. Histórica e extraordinária. Tínhamos cinco e depois quatro candidatos e disputamos com chapa pura, sem coligação. Vencemos.

Ao que você atribui a vitória?

Ao trabalho. Eu sou o político que melhor representa o criciumense. Sou um pouquinho mineiro, colono, do bairro, do centro, trabalhador, persistente igual o criciumense. Sou o que melhor representa o criciumense. Represento uma esperança. Não sou o messias, sou um se humano igual a todos, mas que representa uma esperança e isso fez com que o eleitor comparecesse até as urnas. A urna não revela somente o que vence ou quem perde. Revelou também a todos nós que, o eleitor não quer um prefeito bonzinho, ele quer um prefeito justo.

Qual a principal reivindicação apresentada pela população durante a campanha?

A saúde é sempre um grande problema. Mas, em meio a todas as necessidades apresentadas pelos eleitores, o maior problema de criciúma é o governante sem atitude. Eles querem que o prefeito tome atitude, que dê direção, rumo, que conduza com segurança o seu destino, de sua família e sua gente. O que o cidadão mais espera de Clésio e Ricardo são governantes com atitude e isso não faltará.

Qual o planejamento e prioridades na nova gestão?

A prioridade, em termos de obra física mais importante, é a sua casa. A prefeitura hoje não tem casa. Tem vários “puxadinhos” na Próspera, Rio Maina, Pinheirinho… Não se consegue construir uma estrutura governamental desse jeito. A obra física mais importante é a reconstrução do Paço Municipal. Há outras ações que não são obras físicas e sim, dependem de atitude do prefeito, que é a saúde. Um verdadeiro caos. É inimaginável deixar uma criança recém nascida sem medicamentos e indefesa. Isso é caso da justiça tomar uma decisão. A prioridade, em termos governamentais, é a saúde. Elegemos dois pontos fundamentais: obra física do Paço e ações do governo em prol da saúde, em especial na resolução das situações dos hospitais Hospital São José e o Materno Infantil Santa Catarina.

Geração de empregos:

Foi isso que fizemos no nosso governo: atrair novos empreendimento e novas indústrias. Já recebemos empresários de fora da cidade com vontade de investir aqui. Temos mantido contato constantemente. O trabalho liberta as pessoas. Quando você levanta pela manhã e tem onde ir, tem um emprego, nada promove mais liberdade do que isso. Tem uma passagem bíblica que diz que, só a verdade liberta. Aqui entre nós mortais a verdade liberta, mas o trabalho representa a liberdade do ser humano.

Vereadores eleitos:

Pra eles anunciei, em primeira mão, o corte do salário do prefeito e vice, redução de secretarias e salários do secretários. Anunciei isso porque também queria que eles dessem sua cota de contribuição. A urna revelou que quer um governo justo. Não é justo que sobre dinheiro na Câmara Municipal e falte soro para as crianças no Hospital Materno Infantil. Tá sobrando dinheiro de um lado e faltando do outro. Isso não é justiça. Tem que haver um corte também. A contribuição para reduzir os gastos públicos não e apenas do poder executivo, mas extensivo ao Poder Legislativo. Todos nós somos pagos com o dinheiro do contribuinte e temos compromisso de poder melhor atender as pessoas.

Vice-prefeito:

O Márcio Búrigo, atual refeito, foi meu vice em 2009 a 2012. Não foi um erro. Um prefeito erra e acerta. De tudo aquilo, teve a participação dele. Foi um governo que acertamos muito mais do que erramos, tanto e que o nosso governo teve avaliação de mais de 90% como ótimo e bom. Espero que o Ricardo Fabris esteja mais presente. O Márcio ficava à disposição no período da tarde e noite.  Fabris ficará à disposição de manhã, a tarde, noite, sábado e domingo. Ele terá atribuições, inclusive no assunto do Hospital Santa Catarina. Ele sabe qual é a atribuição constitucional de um vice: é quando o prefeito chama e dá sua contribuição. Ele será chamado muitas vezes para ajudar a governar a cidade.

Secretarias:

Teremos cinco secretarias: saúde, educação, fazenda, inclusão social e mobilidade urbana. Mas, quem foca as quatro será o sistema econômico. É ele que vai colocar dinheiro nas secretarias. O prefeito e vice eleito, secretário da fazenda e procurador geral Que este último me dê as seguranças jurídicas necessárias para tomar as medidas necessárias. Tomaremos medidas impactantes e duras.

Transição de governo:

A situação econômica é gravíssima e a financeira também Estrutural, como por exemplo máquinas e caminhões é um desastre total. Governamental, nem se fale. Não ficarei reclamando e buscarei resolver o problema. As contas que o Márcio fez, são as contas que ele pagará.

Em relação ao seu modelo de gestão, o que a população pode esperar?

A presença do governo nos bairros. O servidor público, os vereadores, aqueles eleitos que tenham o discernimento que somos pagos pelo dinheiro do cidadão, do contribuinte. Não fazer disso uma plataforma pra isso ou aquilo. O que o cidadão pode esperar é um prefeito de atitude. Um prefeito que tenha esse discernimento que ele, os contratados e aqueles que são concursados farão de tudo para atender melhor as pessoas.