Segurança Pública

O que a paralisação fala sobre nós brasileiros?

2018 é um ano histórico em nossas vidas. O clima em nosso país está em ebulição e todos nós sabemos o motivo: política. Ao longo de muito tempo nos ensinaram a odiar política e, de fato, não há como se sentir bem com tantas notícias sobre corrupção e injustiças. Porém, este ano veio para mostrar que precisamos ter cada vez mais consciência do nosso voto, pois, caso contrário, nunca iremos sair do atraso e dos abismos que a falta de investimento em segurança, educação e saúde estão trazendo – e o que é pior: se não agirmos, as injustiças e os descasos com a população aumentarão cada vez mais. O resultado disso tudo será afundarmos de vez. Precisamos renovar nossos conceitos e formar uma nova política com urgência!

A paralisação dos caminhoneiros, que começou pelo preço dos combustíveis, fez nascer mais bandeiras de luta, especialmente a de luta contra a corrupção. A paralisação teve um grande fator positivo, que foi demonstrar a força da união de um povo. Os manifestantes conseguiram parar o país e serem ouvidos pelo grupo de políticos que está no poder e que sempre foi alheio aos sentimentos das ruas, por sempre pensarem na próxima eleição e nunca nos problemas vividos por nós.

Contudo, a paralisação ensejou e ensejará duros impactos, principalmente em decorrência da falta de combustíveis, de outros insumos e de desabastecimentos em todo o país. Isso causará um grave problema em toda a cadeia produtiva, em todos os setores, por culpa única e exclusiva do governo, que demorou a entender a insatisfação que estava brotando, que já era um reflexo da indignação de todo um do povo, em especial com toda bandalheira existente no país. Por estar alheio ao sentimento das ruas, o governo, apodrecido por denúncias, demorou a agir, a negociar e a resolver o problema. Com a demora, veio o começo de uma crise econômica sem precedentes, pois muitos perderam tudo o que construíram em suas vidas: um cidadão perdeu 30 mil suínos de sua produção.

Mas penso que, dessa paralisação, precisamos levantar mais questões, principalmente em razão do vagaroso reabastecimento pelo qual o país está passando: a população está preparada para o reabastecimento dos postos? Filas imensas têm se formado e o questionamento vem se as pessoas estão agindo conscientemente ou motivadas por medo. Sim, o medo, ele nos é alimentado. Se não houver consciência e organização das pessoas, um novo caos se instaurará, o que fará que muitos não consigam também sanar suas necessidades. A política nos desuniu e fez com que muitos ajam de forma egoísta em momentos de emergência. Precisamos pensar e agir coletivamente, senão eu e você poderemos ser os que ficarão à míngua. Imaginem se numa situação de emergência, a exemplo de um desastre ambiental que atinja toda Santa Catarina, estaríamos prontos para arranjar soluções coletivas, que pensem nas prioridades como idosos, mulheres grávidas, deficientes físicos e crianças, ou sairíamos um por cima do outro? Isso é organização, e para isso precisamos de uma nova política em nossos estados e uma nova consciência política em nossos atos. Para isso, temos que acreditar no novo para nosso país e clamar por ele.

O Brasil é um país onde se plantando tudo dá, é bonito, tem gente trabalhadora, e, mesmo assim, não dá certo por conta das mazelas do ganho fácil da corrupção, onde uma pequena parcela de corruptos nos afunda a cada dia. Sempre me pergunto: o que esperar de um país onde o presidente está envolvido até o nariz com corrupção? Agora, além das perguntas, também precisamos de respostas. O Brasil precisa entrar nos eixos, com muito planejamento, senão essa vontade que brota do povo por mudança pode morrer.

Sobre isso há uma fábula: dois sapos viviam em uma mesma lagoa. Quando ela secou com o calor do verão, eles saíram em busca de outro lar. No caminho, passaram por um poço profundo e cheio de água. Ao vê-lo, um dos sapos disse para o outro: “Vamos descer e fazer a nossa casa neste poço, ele nos dará abrigo e alimento.” O outro, mais consciente, planejando e pensando no futuro, respondeu: “Mas e se faltar água, como sairemos de um lugar tão fundo?”. Por isso, não faça nada sem pensar nas consequências. (Fábulas, Esopo, Século 6 a. C.).
É 2018, ou nos mexemos e pensamos o presente e o futuro ou vamos virar um país de quarto mundo. As eleições deste ano, assim como a paralisação dos caminhoneiros, também irão dizer muito sobre nós na história. Como queremos que falem de nós? Que fizemos a mudança, começando por nós e pelo voto ou que ficamos sentados esperando as coisas mudarem por si só? Sou otimista, e sei que juntos pudemos mudar este cenário.

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