Segurança

Ordem dos ataques veio de dentro dos presídios, diz delegado do Deic

A manhã, pós-ataques a ônibus e tiros no presídio de Criciúma, ainda é tensa

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

A manhã, pós-ataques a ônibus e tiros no presídio de Criciúma, ainda é tensa. Os acontecimentos da noite anterior ainda estão repercutindo por todo estado. Além de Criciúma, Florianópolis, Navegantes, Itajaí e Blumenau. Segundo o delegado Renato Hendges, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santa Catarina os ataques já eram previstos.

“São 16 mil presos para poucas celas, apenas 11 mil. O próprio Ministro da Justiça disse que preferia se matar a ficar preso. Eu não tenho dúvidas que a ordem para os ataques partiram de dentro dos presídios. Isso é falta de um regime melhor, falta de vagas”, afirma o delegado.

Para Hendges é preciso ter um cuidado maior com o presidiário, para que ações como essa não aconteçam. “O preso tem que ser tratado como alguém da sociedade, não é assim como as pessoas falam que tem que apodrecer na cadeia, qualquer pessoa que faz esse comentário amanha pode ter algum parente lá dentro e vai repensar. O que a gente observa sobre os ataques é que a ação é coordenada e onde estão os principais presídios. E começou em São Pedro de Alcântra”, explicou em entrevista ao Clicatribuna.

O delegado não confirma a existência do Primeiro Grupo Catarinense (PGC), mas confirma que há comandos dentro dos presídios. “Existe sim, dentro dos presídios um comando. Do bem ou do mal, aqui estamos observando o comando do mal. Chegou a tal situacao porque o estado não acompanhou essa evolução do número de presos, temos um déficit de 6 mil vagas”, conta Hendges.

Algumas medidas poderiam ser tomadas para evitar casos como os da última noite. “Tratando com dignidade os presos, instalar máquinas de controle de metais nos presídios, para evitar a entrada de celulares, um parlatório, entre outras coisas que já deveriam ter. Os presos queriam tirar o diretor de São Pedro, por isso começou isso. Ele voltar depois do que aconteceu com a esposa devia ter sido mais bem pensado, e agora tirar ele pode parecer fraqueza do Estado, e agora qual a solução? vai ou fica? esse é o dilema”, argumenta o delegado da Deic.