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Osso de boi é vendido em Florianópolis após alta nos preços da carne

Alimento é um dos que mais pesa no orçamento das famílias e é produto mais caro da cesta básica da Capital

Divulgação

A alta no preço da carne bovina mudou o perfil de consumo em Florianópolis. O alimento é um dos que mais pesa no orçamento das famílias e é o produto da cesta básica da Capital que teve maior aumento de custo nos últimos 12 meses. O impacto disso afeta também pequenos comerciantes que veem a procura pelo item diminuir. Uma alternativa encontrada é a venda do osso de boi. As informações são do G1 SC.

A cesta básica de Florianópolis foi a segunda mais cara do país em agosto deste ano. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o custo chegou a R$ 659. Na lista, a carne é o produto mais caro, com aumento de 30,5% nos últimos 12 meses.

O item representou 43% do total da cesta básica, que é elaborada com seis quilos de carne de primeira linha, média prevista para suprir as necessidades calóricas de um adulto, segundo o órgão. No ano, todos os produtos tiveram aumento.

Com tantas altas no preço, a carne deixou de ser consumida na casa de Helo Santos, de 60 anos. Durante a pandemia, ela substitui o item por ovos, peixe e legumes ou verduras.

— Não como mais carne de gado, não. Não tem como, está tudo muito caro — comentou.

O mesmo acontece com a vendedora de meias Maria Alves. Ele explica que a carne é exceção nas refeições há bastante tempo. O consumo é reservado apenas para datas especiais como o Natal e festas ou quando já está presente nas marmitas que consome.

— Sempre foi caro para mim, eu só como [carne] na marmita às vezes, em casa não, é muito caro — diz Maria.

De acordo com pesquisa do Dieese, com o preço atual da cesta básica na cidade, o salário mínimo ideal deveria ser de R$5.583,90. Atualmente o valor é de R$1.100.

No ano passado, cada brasileiro consumiu em média 26,4 quilos da proteína, o que significa uma queda de quase 14% em relação a 2019, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este foi o menor nível desde 1996. Não há dados estaduais.

“Osso é vendido e não dado”

O aumento no preço afeta também quem vende o produto. Dono de um mercado e açougue na Capital há 20 anos, Ari dos Santos diz que a procura pelo produto diminuiu 50% nos últimos meses.

— Desde a pandemia, caiu muito o movimento. As pessoas não estão mais comprando a carne aqui — conta Santos, que agora busca alternativas para aumentar a arrecadação em seu mercado.

No local, o osso de boi é vendido por R$ 4. Segundo Santos, a procura pelo item começou a aumentar há um ano, o que motivou a colocação de uma placa indicando que o produto ali é comercializado. “Osso é vendido e não dado”, diz.

Mesmo com o anúncio da venda, o comerciante diz que doa o produto quando vem uma pessoa necessitada pedir doação.

O que explica o aumento

Para o coordenador do Índice de Custo de Vida (ICV) da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), Hercílio Fernandes Neto, dois dos fatores que justificam o aumento no preço da carne são a alta no valor dos insumos de produção pecuária e a desvalorização do real.

O aumento nas exportações de grãos pelos produtores brasileiros contribuiu para a diminuição da oferta do produto no mercado interno, o que elevou o custo de produção pecuária.

— O preço dos insumos para a criação do gado, do suíno, também aumentou. As mercadorias aumentaram o valor de exportação. Também, a soja subiu muito no mercado internacional. Isso fez com que suba no externo e no interno — explica.

Com informações do NSCTotal

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