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Padre Daniel é ordenado e acolhido pela Diocese de Criciúma

Um dia de festa para a Igreja Católica na Diocese de Criciúma. Assim pode se definir a tarde de sábado, 02 de julho, quando pela imposição das mãos de Dom Jacinto Inacio Flach, o até então diácono Daniel Zilli Da Rolt foi ordenado padre.

O Santuário Diocesano do Sagrado Coração de Jesus, em Morro  Bonito, Içara, acolheu a primeira ordenação presbiteral em seu templo, que ainda está sendo construído, de forma acelerada. Cerca de cinco mil pessoas participaram da celebração, vindas de todos os cantos da Diocese. O terreno do Santuário ficou repleto de carros e ônibus, que tornaram o trânsito na chegada e saída da celebração mais intenso e vagaroso do que o normal.

No início da missa, o povo e o clero foram acolhidos pelo pároco da Paróquia São Donato, Padre Antônio Vander, que também dirigiu suas palavras de acolhida ao neo sacerdote. “Queremos acolher com muito carinho ele, que nasceu nesta terra, enterrou seu umbigo aqui, fez sua primeira comunhão aqui, mas quem imaginava, há 27 anos, que um dia haveria aqui um santuário! Diácono Daniel, com sua família, bem-vindos! Alegria da nossa Igreja em lhe acolher nesta tarde, o quinquagésimo padre diocesano da Diocese de Criciúma, hoje. Que bênção de Deus! Acolhemos o diácono com sua família, que é desta terra, desta comunidade!”, frisou padre Vander, sucedido por uma grande salva de palmas da assembleia.

Seguindo o rito de ordenação presbiteral, após a Liturgia da Palavra, o pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, do bairro Cidade Mineira, padre Gabriel Manarim Dalmolin, também natural da comunidade de Morro Bonito e amigo de Daniel, fez a apresentação do candidato ao sacerdócio.

Diácono Jonas dá testemunho sobre Daniel

O diácono Jonas Emerim Velho, colega de Daniel há nove anos, foi quem deu testemunho sobre a vida do candidato. “O diácono Daniel é um homem sensível. Sua sensibilidade sempre foi sinal marcante em sua personalidade, o que lhe faz perceber, na realidade e nas pessoas, o que elas têm de belo e também o que precisa ser melhorado. Sua sensibilidade, muitas vezes, o leva  à compaixão de quem precisa de sua ajuda. Outra característica do diácono Daniel é o amor à pastoral. A missão da Igreja sempre o motivou. É um jovem que tem desejo por evangelizar. Para isso, sempre demonstrou dinamismo, criatividade, ousadia nas comunidades por onde passou ao longo da formação. E gostaria, ainda, de lembrar que o diácono Daniel é um homem que gosta de rezar. Sua espiritualidade não se dá por métodos complexos de oração, mas procura Deus com simplicidade e confia nos pedidos que o povo lhe traz, fazendo-se intercessor das pessoas e tendo um olhar de fé sobre os acontecimentos”, ressaltou o diácono Jonas.

Bispo diocesano aponta três características essenciais do padre

Em sua homilia, o bispo Dom Jacinto agradeceu a presença de todos durante a missa e também aos que colaboraram na vocação de Daniel. O epíscopo ainda voltou-se para os pais e irmãos do diácono, agradecendo a entrega do filho à Igreja de Deus.

Dom Jacinto iniciou sua reflexão falando do profeta Jeremias, de onde provém o lema de ordenação presbiteral de Daniel: “Eis que ponho minhas palavras em tua boca”. O bispo reafirmou, por este versículo, a total confiança do candidato na presença de Deus em sua vida.

O bispo disse que o sacerdote tem três missões muito importantes. “O padre, dentro de uma paróquia, de uma comunidade tem o dever de primeiro exercer o múnus de ensinar, seja na catequese e em toda evangelização, como também vimos no Evangelho, ‘ide pelo mundo inteiro’. Ide a todas pessoas, comunidades, grupos, movimentos! Esta evangelização deve partir sempre da Palavra de Deus e das orientações e documentos da Igreja. A segunda é o sacerdócio; de santificar. Esta santificação que todos nós buscamos, sabemos que parte da maravilhosa presença de Deus em nosso meio, pelos sacramentos, que são presença eficaz, real e muito definida da parte de Deus em nossa vida”, disse Dom Jacinto, que pediu um cuidado todo especial por parte de Daniel, aos sacramentos da reconciliação e da Eucaristia.

“O terceiro múnus importante é o de profeta. Todas as realidades que vais administrar sejam comunidades, movimentos, grupos, pastorais, todos elas devem ser administradas sempre com espírito de humildade, de comunhão. O padre é aquele que tem que criar comunhão na sua realidade, onde ele vive. Comunhão começando com o bispo, com o presbitério, com todas as pastorais. Se não criarmos comunhão, criamos excomunhão, e isto seria muito triste, nos excluirmos da comunhão maravilhosa da Santíssima Trindade, que foi onde começou tua vida, ao seres batizado”, pontuou Dom Jacinto.

O rito da ordenação

Após a homilia, o diácono Daniel fez seu o diálogo de compromisso e prostrou-se diante do altar, enquanto todo o clero e o povo rezaram a ladainha de todos os santos.

O candidato foi ordenado presbítero com a imposição das mãos do bispo sobre sua cabeça e a oração consecratória. Em seguida, foi revestido com os paramentos sacerdotais, com auxílio dos pais, Hildo e Elizabete, e dos irmãos, Maicon e Guilherme.

Padre Daniel teve as mãos ungidas com óleo do Crisma e recebeu o cálice e a patena, que reafirmam a missão de consagrar o pão e o vinho em corpo e sangue de Jesus.

Diácono faz agradecimentos e fala da missão

Ao final da missa, também dedicada, durante o momento das oferendas, em memória de Dom Irineu Roque Scherer, Bispo de Joinville, que faleceu na noite de sexta-feira, Daniel fez seus agradecimentos à família, ao clero, às paróquias por onde passou, aos presentes e, de modo especial, todos aqueles que colaboraram em sua trajetória vocacional.

“’Eis que ponho minhas palavras em tua boca’. Com esta expressão dirigida ao profeta Jeremias, o Senhor promete sua assistência naquilo que ele é chamado a anunciar. Crendo neste auxílio da graça de Deus, quero servir a Igreja de Cristo como profeta, sacerdote e pastor. Não desejo anunciar as minhas palavras, mas o Evangelho. Não palavras humanas, mas a Palavra de Deus. Que o Senhor se sirva de minha boca e de minha vida para ser instrumento da Boa Nova e da misericórdia. Minha gratidão a Deus, que me selou como cristão no dia do meu batismo e me chamou ao serviço do seu Reino, me escolheu, preparou e hoje me ungiu e enviou. Agradeço à Virgem Maria, mãe de Deus e da humanidade, que sempre foi minha inspiração, meu modelo de vocacionado, como ‘aquela que acreditou’, mesmo sem entender, se lançou nos planos de Deus, querendo fazer somente a vontade Dele. O sim de Maria é meu constante modelo de resposta ao Deus que me chamou”, destacou.

Após a missa, o padre Daniel recebeu o carinho da assembleia, que também foi acolhida com um coquetel. Sua primeira missa foi celebrada na manhã deste domingo, 03, em Morro Bonito e a segunda missa à noite, na Paróquia de Urussanga, onde auxilia este ano.

Colaboração: Bibiana Pignatel – Setor de Comunicação da Diocese de Criciúma

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