Educação

Pátria Educadora

Foto: Divulgação

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Considerando que a palavra “Pátria” não significa apenas o lugar onde nasce e vive um ser humano, mas sim o lugar, ambiente ou espaço geográfico onde insere sua vida ligando-se  aos outros por vínculos afetivos, culturais, valores e história, sem sombra de dúvida o slogan acima seria  por demais significativo. No entanto, a trajetória da educação e do país como um todo nos últimos tempos não reflete o que o slogan propõe.

Os desmandos, as falcatruas, roubos, corrupção, impunidade, violência, ausência de valores têm transformado o país numa vergonha mundial, deseducando pelos maus exemplos, pela falta de caráter, de dignidade, portanto nada a ser seguido.  Temos hoje uma pátria que deseduca, desencanta, discrimina.

Falando em educação, o único caminho para um país dar certo, a  Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) acaba de divulgar um ranking mundial de qualidade de educação. Foram avaliados 76 países, o Brasil ficou na 60ª posição, muito longe do sonho de ser chamada de Pátria Educadora.

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) foi aplicado nesses países, com o objetivo de avaliar conhecimentos e habilidades de leitura, matemática e ciências desenvolvidos  nos adolescentes, capacitando-os para uma participação efetiva  na sociedade. Por meio desta avaliação busca-se saber  se os estudantes têm capacidade de reflexão, argumentação e comunicação para enfrentar os desafios do futuro, dispostos a aprender sempre num mundo de mudanças imprevisíveis.  A principal finalidade do Pisa é produzir indicadores dos sistemas educacionais do mundo, devendo os resultados servirem de parâmetros para que cada governo busque alternativas e redefina as políticas educativas de seu país.

Apontando apenas um dos dados apresentados, no Brasil menos de 2% dos estudantes avaliados em lógica e raciocínio atingiram a performance máxima na solução dos problemas. É um sintoma gravíssimo; a educação brasileira está na “UTI”. O que temos hoje é uma geração de analfabetos funcionais.

Mas, o que esperar de um país que investe bilhões em estádios de futebol, agora tantos outros bilhões em olimpíadas, mas reduz investimentos em educação? Que pátria educadora é esta onde somos roubados escancaradamente e os ladrões continuam impunes? Onde está a justiça para pôr fim à violência que se instaurou na sociedade tornando- nos prisioneiros em nossas próprias casas?  São problemas para os quais não temos esperança de um dia encontrar a solução.

Mas, os rankings existem para que possamos ter parâmetros sobre como se desenvolve uma sociedade. Nesse contexto, nosso país ocupa as mais variadas posições. Na educação somos os últimos, mas tenho certeza que em corrupção somos o mais bem classificado no Planeta. Vivemos hoje numa “pátria deseducadora” onde o ter se sobrepõe ao ser, e os valores morais e éticos inexistem.