Educação

Pedofilia: escola e igreja

Pedofilia Coluna Educação

Foto: Divulgação

Nenhuma notícia pode causar tanta repugnância quanto às que envolvem abuso sexual infantil e adolescente, pois além de ferir os princípios da dignidade humana destroça o maior patrimônio de um país: a criança, que deve ser tratada com respeito para que aprenda a respeitar, valorizar a vida, amar seu semelhante, ser cidadão atuante no meio em que está inserido, pois é a única forma de prepará-la para assumir seu lugar na sociedade para dela cuidar.

Fala-se em direitos humanos, criam-se programas de proteção, disque denúncia, leis, mas a cada ano aumenta assustadoramente o número de crianças e adolescentes vítimas de exploração sexual, sem que a justiça seja feita. O problema é mundial, sendo alguns países mais propensos de acordo com pesquisas divulgadas, entre os quais o Brasil. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que, anualmente, 1,8 milhão de crianças e adolescentes sofrem de abuso sexual no mundo inteiro, sendo o segundo tipo de violência mais comum contra crianças. Os abusos acontecem a toda hora, em qualquer lugar: em praças públicas, ônibus, em casa, na escola, igrejas, no trabalho, shows, enfim o bandido está mais próximo do que possamos imaginar.

Entre os tantos e bárbaros casos que acontecem esta semana, dois nos chamaram a atenção, não que toda violência não mereça especial atenção, mas esses dois tomaram espaço na mídia, exatamente por terem acontecido nos lugares onde outrora podíamos deixar nossos filhos, por considerarmos seguros tanto quanto nossos lares: escola e igreja.

O ocorrido na escola, graças ao cuidado e atenção da avó, com quem a menina de dez anos morava, levou o monstro à prisão (se preso ficará é uma incógnita!). Porém, o que me intrigou, e acredito a todos os educadores, é uma escola ter contratado um “professor de fanfarra” (assim diz a manchete), que por pouco não estuprou a menina. Alguém sabe me dizer onde existe um currículo desse? Nos meus tantos anos como profissional da educação sei que essa é uma das funções do professor de Educação Física. Mas, na eventualidade de a escola terceirizar esta atividade, vamos, por favor, protestar em defesa de nossa profissão, pois qualquer um por qualquer motivo hoje se intitula professor, tirando a força, o brilho e a nobreza da profissão. Duvido que esse bandido tenha formação.

De outro lado temos uma igreja, lugar de respeito, de reflexão, de exercitar a prática do bem, do bem viver como cristão, onde o sacerdote que deveria ser a representação de Cristo para orientar e servir a humanidade, põe em risco a integridade física de meninos inocentes. Que tipo de monstro é esse que planeja atos profanos num lugar sagrado? Que imagem levarão estes meninos para a vida? E se tivessem sidos abusados?

Esses e milhares de outros casos acontecem cotidianamente, porém grande parte permanece no anonimato: por medo, pressão, vergonha, indiferença das autoridades, leis frouxas e inexequíveis, ineficiência em programas de políticas públicas, impunidade e injustiça sempre se sobrepondo aos direitos do cidadão comum. Até quando?

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