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Peixes aparecem mortos em lagoas da região de Laguna, Tubarão e Imaruí

Foto: Wallaston Oliveira/Divulgação/Notisul

Foto: Wallaston Oliveira/Divulgação/Notisul

Ao completar 20 dias de um acidente ambiental, que causou a poluição do Rio Tubarão por finos de carvão, em Lauro Müller, os municípios do sul catarinense sofrem agora com a morte misteriosa de milhares de peixes. 

“É uma quantidade bem expressiva de mortos”, declara a presidenta da Fundação Municipal de Meio Ambiente (Flama) da Cidade Juliana, Aline Savi, ao se referir aos peixes que seguem a boiar nas águas das lagoas Santo Antônio dos Anjos, Mirim e Imaruí, na região de Laguna, Imaruí e Tubarão.

“Já monitoramos desde a semana passada a morte de algumas espécies de peixes mais frágeis, como savelha, bagre e outros, nas águas do Canal de Laranjeiras. Situação que se agravou neste fim de semana, quando foi localizado um volume maior de peixes mortos, em diversos pontos da região”, informa Aline.

Conforme o jornal Notisul, de acordo com a bióloga, equipes de profissionais saíram ontem a campo em busca de materiais e respostas para a ocorrência. “Coletamos amostras de águas e de peixes, que serão analisadas. Além disto, amanhã (hoje) subiremos pela lagoa até a foz do Rio Tubarão, pela manhã, e à tarde vamos pelo lado de Imaruí verificar se encontramos a fonte poluidora”, detalha Aline, que anuncia ser levantada a hipótese de envenenamento. “Acreditamos em intoxicação”, completa a presidenta da Flama.

Segundo o coordenador da pesca de Imaruí, Marciano Ribeiro da Silva, com o resultado das análises, se ficar comprovada a morte dos peixes por envenenamento, o Ministério da Pesca será avisado. “A morte dos peixes já está em todo o complexo lagunar. Se ficar provado que foram finos de carvão que vazaram da mineradora ou agrotóxicos de plantações locais, os responsáveis devem ser punidos, porque o pescador e o meio ambiente não podem ficar prejudicados com esta situação”, reivindica Marciano.

Alerta

A Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel) encaminhou ontem um alerta às prefeituras que compõem a entidade, ao avisar os executivos para prestarem atenção aos pontos de captação de água. Na nota, foi lembrado que a existência de peixes é uma bioindicação da qualidade de água e pedem providências. “Devem ser avaliados, urgentemente, os impactos causados às comunidades ribeirinhas e pescadores artesanais. Além de avisarem imediatamente à Defesa Civil e aos órgãos ambientais, caso os mananciais tenham contatos com as lagoas que tiverem os peixes mortos”, alerta o engenheiro ambiental e gerente de gestão estratégica da Amurel, Alexandre Martins.

Finos de carvão

Um encontro entre o procurador federal Daniel Ricken e o diretor-presidente da Fundação Municipal de Meio Ambiente (Funat) de Tubarão, Guilherme Bressan, discutiu ontem, em Criciúma, alguns pontos sobre o impacto ambiental causado pelos rejeitos de carvão no Rio Tubarão. “Salientamos que as sanções que vierem a ocorrer à Carbonífera Catarinense, responsável pelo vazamento do material, possam contribuir com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão, o município e outras cidades atingidas com medidas compensatórias”, ressalta Guilherme. Conforme o diretor-presidente da Funat, aquisição de equipamentos de monitoramento imediato, sondas multiparamétricas e maquinário para medições hidrológicas podem melhorar os controles ambientais. Na reunião, um documento foi entregue pelos participantes ao procurador.