Saúde

Pesquisa da UFMG mostra que testículos podem servir de ‘santuário viral’ para vírus da Covid

Segundo estudo, que ainda não foi revisado por pares, o Sars-Cov-2 é capaz de sobreviver por mais de 25 dias nos órgãos sexuais masculinos. A pesquisa analisou 11 pacientes que morreram da doença.

Divulgação

Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que os testículos humanos podem servir como “santuário viral” do Sars-Cov-2, coronavírus que transmite a Covid-19.

De acordo com o professor Guilherme Mattos Jardim Costa, do departamento de morfologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da universidade, os órgãos acabam preservando o vírus ativo já que não são atacados por células de defesa, como acontece com a zika e a caxumba.

“O que nós conseguimos ver é que o vírus encontrado nos testículos dos pacientes analisados estava ativo mesmo depois de mais de 25 dias de internação, o que difere da constatação de que o vírus deixa ser detectado em cerca de 10 dias. A gente chama de ‘santuário viral’, já que o testículo propicia um ambiente imunossuprimido”, falou o pesquisador.

O estudo começou na segunda onda da Covid-19 em Belo Horizonte, entre janeiro e março de 2021. Onze pacientes, de diferentes idades, não vacinados e que morreram da forma severa da doença, participaram da pesquisa. O vírus foi encontrado nos testículos de todos eles.

Mesmo com pequeno número de amostras, o professor Guilherme afirma que é um material muito rico e poucos pesquisadores têm acesso.

“Nós fizemos análises muito acuradas o que dá uma base sólida ao estudo”, disse ele.

As conclusões iniciais da pesquisa foram publicadas em fevereiro na plataforma medRxivum, servidor de distribuição e arquivo on-line gratuito para relatórios preliminares de trabalhos que ainda não foram certificados por revisão por pares e, portanto, ainda não devem orientar a prática clínica. Atualmente, o artigo passa por revisão na Revista Human Reproduction.

Morte de células

A pesquisa ainda mostra que o vírus provoca alterações nos testículos, como a fibrose, morte de células que dão origem aos espermatozóides e redução de até 30 vezes no nível de testosterona.

“Nós conseguimos mostrar que o vírus promove alteração vascular que mexe com uma cascata de sinalização, desenvolvendo uma resposta inflamatória muito grande e danos do tecido, em consequência da infecção viral”, falou o professor.

Agora, o estudo pretende analisar os efeitos da Covid-19 moderada e leve nos órgãos sexuais masculinos.

Com informações do G1

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