Trânsito

Pesquisa revela que todos os dias morrem cinco pessoas no trânsito em SC

Estado cai no ranking de mortes do 4º para o 11º lugar, mas número segue alto.

Todos os dias cinco pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito no Estado. O número divulgado esta semana pelo Instituto Sangari é alto, mas se comparado com o país é um dos estados que menos cresceu nos últimos 10 anos. As estatísticas estão no Mapa da Violência do Trânsito 2012 que traz a situação do país na última década. Santa Catarina caiu do 4º para o 11º lugar no ranking das maiores taxas de mortalidade nas estradas.

Os dados não consideram apenas o número absoluto de mortes em acidentes, mas levam em conta o número da população de cada Estado. Desta forma, se institui uma taxa de mortalidade que mostra a quantidade de óbitos dentro de 100 mil habitantes. Em Santa Catarina, o número de mortes em acidentes aumentou 23,5% de 2000 para 2010 e a taxa passou de 27,9 para 29,6, um aumento de 5,8%.

Mesmo com este crescimento, a posição do ranking nacional caiu do 4º (2000) para o 11º (2010), tudo porque nos demais estados a situação é ainda mais crítica. Os exemplos estão nos primeiros lugares. Rondônia, a campeã entre os 26 estados, aumentou em 92,4% o número de mortes no mesmo período e a taxa cresceu 69,9%. Tocantins, no segundo lugar, teve um crescimento de 64,8% nos óbitos e 37,8% no índice da mortalidade por habitante. No Mato Grosso, terceira posição, os números cresceram 45,8% e a taxa 20,3%.

O estudo também mostra que os acidentes de trânsito representam a 3ª causa de mortes do país na faixa de 30-44 anos; a 2ª na faixa de 5-14 anos e a 1ª na faixa de 15-29 anos de idade. Estes acidentes, resultado de 27.537 mortes em 2010 no país, representam um custo global de US$ 518 bilhões ao ano e deixam o Brasil com a 6º posição mundial no número de óbitos e o 2º em relação as mortes de motociclistas.

— Nunca se viu no Brasil um salto tão grande no número de mortes no trânsito com um único tipo de veículo —  diz o sociólogo Julio Jocobo Waiselfisz, coordenador do Mapa da Violência 2012.

Para o presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito em SC (Monatran), Roberto Bentes, apesar da aparente melhora do Estado em relação as demais regiões do país, ainda há muito o que se fazer.

— Precisamos de mais campanhas, mais fiscalização e mais conscientização dos motoristas. Já melhoramos em alguns pontos como o uso do cinto de segurança. Porém, este é o só o começo —  diz.

Há quase uma década trabalhando na segurança das estradas federais em Santa Catarina, o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Fábio Santos, conta que percebeu uma leve diminuição dos acidentes com vítimas no Estado. Ele conta que há sete anos era comum atender até 30 ocorrências em um plantão de 24 horas, número que é raro hoje em dia.

— Quando registramos 20 em uma único plantão já é excepcional. Na minha visão, os óbitos tendem a cair no Estado em razão da melhoria da frota, muitos dos carros já tem cintos em todos os bancos e air bags, as fiscalizações com radares aumentaram e aos poucos o motorista está se conscientizando dos cuidados nas estradas — analisa.

Diário Catarinense