Segundo ele, o fogo teria começado na base do cesto, após um dos maçaricos se acender acidentalmente

Foto: Patrick Rodrigues, NSC Total
A tragédia com o balão de ar quente em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, começa a ser reconstruída com mais clareza conforme os depoimentos das testemunhas vão sendo colhidos. Em coletiva de imprensa realizada na tarde de sábado (21), o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, revelou detalhes do relato do piloto, um dos sobreviventes do acidente que matou oito pessoas.
Segundo ele, o fogo teria começado na base do cesto, após um dos maçaricos se acender acidentalmente. O piloto afirmou que tentou usar o extintor de incêndio a bordo, mas o equipamento falhou. Com o fogo se alastrando, ele teria iniciado uma tentativa de pouso forçado e, já próximo do solo, orientou os passageiros a pularem.
Dos 21 ocupantes do balão, 13 conseguiram se jogar e sobreviveram. No entanto, com a redução de peso e o calor das chamas, a estrutura voltou a subir, levando os passageiros restantes presos ao cesto em chamas. Parte deles pulou em desespero, mas não resistiu à queda. Os outros foram encontrados carbonizados. De acordo com os investigadores, três das vítimas foram localizadas abraçadas dentro da cesta.
O voo teve início por volta das 7h da manhã e durou apenas alguns minutos até que o incêndio comprometesse a estrutura. Além do piloto, cinco passageiros que sobreviveram já prestaram depoimento à Polícia Civil. A investigação agora busca entender se a aeronave estava apta para o voo e se as condições meteorológicas permitiam a decolagem com segurança.
“O foco agora é apurar se houve falha humana, negligência técnica ou omissão. Isso pode definir se o caso será tratado como homicídio culposo (sem intenção) ou doloso (com intenção ou aceitação do risco)”, explicou o delegado.
A documentação da empresa Sobrevoar, responsável pelo passeio, apontava regularidade e autorização para operar. Imagens do momento do acidente continuam sendo coletadas por peritos e serão analisadas.
Entre os 13 sobreviventes, cinco foram levados ao hospital ainda pela manhã, mas receberam alta até o fim do dia. Outros três procuraram atendimento médico por dores nas costas, causadas pelo impacto ao saltar do cesto em movimento.
As autoridades seguem apurando o caso, enquanto familiares das vítimas realizam os velórios e despedidas em diversas cidades do estado.